Se essa rua fosse minha: sexualidade e apropriação do espaço na “rua gay” de São Paulo

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Puccinelli, Bruno
Sexo
Homem
Orientador
Barbosa, Andréa Cláudia Miguel Marques
Ano de Publicação
2013
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNIFESP
Idioma
Português
Palavras chave
Espaço urbano
Sexualidade
Centralidades
Resumo

Uma rua é feita de muitas coisas, inclusive de identidades. Uma rua não é só caminho para se chegar a outro lugar, espaço de acesso ao público ou coletivo ou lugar de interdição a quem quer evitar o perigo e a violência. Uma rua pode ser espaço para se estar e para se ser; ela em si pode estar e ser. A Rua Frei Caneca, localizada oficialmente no bairro da Consolação, imediações do Centro da cidade de São Paulo e próxima à Avenida Paulista, é o foco do presente trabalho, o qual traz à baila onde ela pode estar e o que ela pode ser. Pensar que a Frei Caneca pode se localizar em outro lugar que não o bairro ou a região oficialmente alocada pode parecer sem sentido. Mas, onde ela está afinal? E o que ela é além de uma rua? Paralela à Rua Augusta, esta conhecida outrora pela prostituição feminina, a Frei Caneca tem passado por diversas transformações imobiliárias que têm afetado sua constituição social e o entendimento de sua identidade. Sem querer sugerir uma proeminência do incremento em prédios e comércios na última década, aponto como isso tem ajudado a sedimentar a identidade da rua. Ao menos desde 2003 ela tem sido conhecida, e reconhecida, como a “rua gay” de São Paulo, após uma situação de conflito entre um casal gay e a administração do Shopping Frei Caneca, inaugurado em 2001. Em 2008 o projeto de oficializá-la como rua gay trouxe à tona uma série de atores cujos discursos buscam legitimidade ante a autorização de quem poderia falar sobre e pela rua. E há gays na rua? Mas há tantos assim? O que poderia significar ser gay na Frei Caneca? Esta dissertação é resultado da pesquisa que buscou entender o que diversos atores presentes na rua entendem por “rua gay”, por sua presença nela e como entendem a rua em si. Onde ela está, do que se aproxima e do que se afasta. Com foco privilegiado nos frequentadores que utilizam a rua como espaço de lazer noturno, ou caminho obrigatório antes de irem para o lugar de destino, a pesquisa busca demonstrar que uma rua e qualquer outro espaço citadino têm mobilidade: o concreto caminha, muda, se desfaz.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Bairro/Distrito
Consolação
Logradouro
Rua Frei Caneca
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2003-2008
Localização Eletrônica
http://repositorio.unifesp.br/11600/41749