O novo ciclo de remoções nas favelas da cidade do Rio de Janeiro: que legado é esse?

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Castro Sobrinho, Taiana de
Sexo
Mulher
Orientador
Silva, Mauro Osorio da
Ano de Publicação
2017
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Direito
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
direito à cidade
teoria crítica dos direitos humanos
cidadania insurgente
acumulação por despossessão
remoção
Resumo

Este trabalho se dedica a analisar o novo ciclo de remoções que atingiu as favelas cariocas no contexto de uma série de grandes eventos realizados na cidade, a partir da perspectiva da teoria crítica do direito e dos direitos humanos, bem como considerando os ensinamentos de autores do urbanismo crítico e da sociologia urbana, responsáveis pela teoria do direito à cidade. O recorte escolhido foram os processos de remoções realizados no âmbito da política urbana praticada nas duas gestões do ex-prefeito Eduardo Paes (2009-2016), quando então se pôde verificar o resgate das remoções como forma de intervenção estatal no território das favelas. Parte-se da hipótese de que de que o novo ciclo de remoções foi resultado de uma política urbana orientada pró-mercado e pautada pelo planejamento estratégico, que contribuiu para o aumento da vulnerabilidade das moradias em favelas, bem como para a invisibilização dos problemas relacionados à proteção da moradia de seus habitantes, considerando que não foram observados mecanismos para evitar a expulsão dos pobres das áreas de interesse econômico da cidade e a sua transferência para regiões afastadas e periféricas, acentuando, desta forma, a segregação socioespacial no espaço urbano. A pesquisa buscou demonstrar que este processo não ocorreu sem tensões e resistências a esta lógica de produção de cidade, sendo possível observar diversas iniciativas de moradores e moradoras que se articularam e se mobilizaram a fim de construírem alternativas como um contraponto ao caráter de mero valor de troca a que suas moradias foram reduzidas. A partir desses conflitos em torno de qual cidade se quer construir, este trabalho levou à conclusão que esses cidadãos incorporaram o sentido de colocar o direito à cidade em prática, assumindo seu interesse e disposição na democratização do controle sobre a gestão da cidade e sobre as condutas assumidas pelo poder público.

Referência Espacial
Zona
Zona Oeste
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Bairro/Distrito
Rocinha
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2009-2016
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=5385123