Interior da Casa Proletária/Ambiente Urbano Industrial

Partiu-se da hipótese de que o interior da casa proletária seria determinado por dois fatores básicos: a) inserção da população de baixa renda em mercado peculiar de bens industrializados; b) inserção do elenco de bens acessíveis às classes de baixa renda no interior de habitações autoconstruídas, típicas do padrão de assentamento destas classes no interior metropolitano. Procurou-se investigar o tipo de industrialização em curso tendo como objetivo verificar o mercado para baixa renda dele proveniente. Procurou-se igualmente verificar, a partir de pesquisa de campo, o "perfil" de consumo proletário dos bens industrializados destinados a equipar os cômodos das habitações, objeto específico do trabalho. Tomou-se igualmente como referência alguns levantamentos realizados na Região da Grande São Paulo acerca da aceleração da periferização do proletariado urbano e do processo acelerado da autoconstrução enquanto modo de habitar típico proletário. Estabeleceu-se então, um perfil do interior da casa proletária metropolitana paulista, marcado por uma crescente deteriorização da qualidade construtiva, bem como pela utilização de um mobiliário marcadamente inadequado ao uso intensivo (baixa qualidade) e de equipamentos eletro eletrônicos em meio a um ambiente aparentemente desordenado e tecnologicamente heterogêneo.