Empreendedorismo criativo e sustentabilidade em favelas pacificadas no Rio de Janeiro

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Vilhena, Andrea Mello Gouthier de
Sexo
Mulher
Orientador
Bursztyn, Marcel
Ano de Publicação
2016
Local da Publicação
Brasília
Programa
Desenvolvimento Sustentável
Instituição
UnB
Idioma
Português
Palavras chave
sustentabilidade urbana
política de pacificação
produção artesanal
economia solidária
economia criativa
Resumo

Cidade de grandes contrastes em sua paisagem natural, o Rio de Janeiro também é caracterizado por grandes desigualdades sociais. Ao mesmo tempo em que se situava, em 2010, entre as dez cidades de maior dinamismo econômico do mundo, o Rio de Janeiro é a cidade brasileira que possui a maior população de moradores de favelas. O crescimento da violência nesses locais a partir da década de 1980, devido ao domínio territorial do tráfico de drogas e a uma sucessão de políticas de segurança fracassadas, levou a uma estigmatização territorial das favelas. Esse processo ocorreu concomitantemente e, em contraste, com a consolidação da redemocratização no Brasil. Estruturas políticas e policiais, ao invés de resguardarem o direito à vida e a outros direitos individuais, contribuíram para o fortalecimento de uma violência sistêmica que tomou conta da cidade e, de forma particular, das favelas. A atual política de pacificação, representada pelas UPPs, ao possibilitar a convivência de diferentes grupos sociais urbanos, pode contribuir para uma maior integração dos moradores do „asfalto‟ com os da favela e vice-versa, favorecendo, assim, a sustentabilidade urbana. Nesse momento em que o Rio de Janeiro passa por inúmeras transformações, devido à realização dos grandes eventos esportivos, a cidade deve necessariamente integrar as favelas ao processo de revitalização urbana em curso. Ao trazer de volta a segurança pública aos moradores de favelas, as UPPs ampliam as possibilidades de desenvolvimento local, ao criarem um ambiente favorável para o florescimento de iniciativas empreendedoras. O presente trabalho buscou analisar a relação da pacificação das favelas cariocas com o desenvolvimento do empreendedorismo nessas comunidades, especialmente aqueles relacionados à produção artesanal realizada por mulheres. O impacto dessa política foi analisado por meio de pesquisas de campo em comunidades selecionadas, as favelas da Rocinha e Santa Marta, localizadas na zona sul da cidade. Juntamente com a análise de dados secundários que retratam a realidade social e econômica dessas comunidades, desenvolveu-se uma análise de percepções de atores-chave, identificados entre lideranças comunitárias, empreendedores individuais e associados, e gestores públicos das esferas federal, estadual e municipal. Os resultados dessas análises confirmaram a hipótese de pesquisa no caso da favela Santa Marta, onde o processo de pacificação encontra-se mais consolidado, indicando que a tragédia da segurança pública nas favelas, até o surgimento das UPPs, atuava como fator inibidor de iniciativas empreendedoras nesses territórios de grande potencial turístico e criativo. No caso da Rocinha, entretanto, por suas dimensões territorial e populacional e pelo fato de a política de pacificação ser mais recente, seus efeitos mostram-se menos evidentes, indicando, ainda assim, a presença de novos empreendimentos com a ampliação dos investimentos públicos e privados e a diminuição da presença ostensiva do tráfico.

Disciplina
Referência Espacial
Zona
Sul, Oeste
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Bairro/Distrito
Rocinha; Morro Santa Marta
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
Década de 1980; Década de 2010
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4089286