O objetivo geral desta tese foi o de analisar, problematizar e evidenciar a condição socioespacial da classe trabalhadora e seu tempo de deslocamento no processo de urbanização e reprodução social na metrópole de São Paulo, para desvelar o cotidiano da mobilidade perversa vivida e percebida a partir de quatro determinações econômicas, políticas e sociais que configuram sua condição espacial de vida. A primeira determinação analisada parte das segregações socioespacial, étnico-racial e urbana que influenciam o tempo de deslocamento de trabalhadores (as) das periferias, caracterizadas por meio das relações de classes, raça e espaciais apreendidas por meio da análise dos resultados da Pesquisa Origem-Destino de 2017, Mapa da Desigualdade 2019 e de experiências de trabalhadores (as) precarizados (as) por meio de grupos focais e questionários apresentadas ao longo da tese e dos processos sociais que fundamentam tal determinação oriunda da tríplice segregação. A segunda determinação analisada parte do processo de urbanização rodoviarista e da dinâmica do tempo de rotação do capital, mediada pela análise da ferrovia na estruturação urbana dos subúrbios e das rodovias na periferização, para entender a crise de mobilidade urbana enfrentada pela classe trabalhadora nos deslocamentos na contemporaneidade. Na terceira, analisamos a dinâmica das leis do valor na relação entre valorização imobiliária e expansão do transporte e do sistema metroferroviário por meio do Plano Integrado de Transportes Urbanos, ao mostrar como a transferência de valor da maquinaria ônibus impacta no preço da tarifa e a urgência da tarifa zero. Por fim, na quarta determinação, analisamos as condições de reprodução da classe trabalhadora com base nas diferentes condições espaciais entre as classes, ao analisar o transporte como mediador entre produção e reprodução e mostrar como as desigualdades estruturais perpassam o espaço urbano e a vida cotidiana, por meio de relatos vividos dos grupos focais que mostram o fazer-se da classe trabalhadora nos deslocamentos: vendedores ambulantes autointitulados marreteiros de trem; das vilas operárias e favelas oriundas da urbanização; e a trajetória das trabalhadoras domésticas na reprodução de toda a sociedade.
A condição socioespacial da classe trabalhadora: transporte e cotidiano da mobilidade perversa na metrópole de São Paulo
Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Oliveira, Sandro Barbosa de
Sexo
Homem
Orientador
Cavalcante, Savio Machado
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
Campinas
Programa
Sociologia
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Condição socioespacial
tempo de deslocamento
urbanização rodoviarista
cotidiano da mobilidade perversa
mobilidade restrita
Resumo
Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Métodos mistos
Área Temática
Referência Espacial
Região
Região Metropolitana de São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2016-2020
Localização Eletrônica
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