Este trabalho tem como objeto de estudo o uso crescente das câmeras de vigilância, em espaços públicos e privados, buscando identificar quais são os discursos midiáticos e as práticas sociais que contribuem para que esta proliferação ocorra e seja aceita pela sociedade. Nesse sentido, estes dispositivos se configuram como dispositivos de governo da população, que se efetiva por meio da prevenção, da visibilidade e do controle. Nas questões referentes a segurança, ao prometerem proteger, assegurar, ou “cuidar”, estes discursos apelam, primordialmente, para uma das mais antigas paixões humanas, o medo. Utilizando a mídia impressa, nomeadamente o jornal folha de São Paulo, como campo empírico, a pesquisa documentou, analisou e disponibilizou informações sobre as matérias divulgadas referentes à presença das câmeras de vigilância, considerando um período temporal de dez anos. Nos discursos midiáticos, as câmeras de vigilância aparecem, na maior parte das vezes, de forma positivada, como capazes de antecipar e de inibir os riscos aleatórios decorrentes da ação do outro. Este discurso se encontra em perfeita sintonia com a nova forma de governamentalidade contemporânea, em que a liberdade de escolha e a responsabilidade individual, apregoam a co-responsabilização e convocam todos os segmentos sociais a participarem do modelo de assepsia preditiva promovido pela sociedade do risco.
Câmeras de vigilância: as novas tecnologias na governamentalidade contemporânea
Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Leal, Rita de Cássia Souza
Sexo
Mulher
Orientador
Oliveira, Ivana Bentes
Ano de Publicação
2006
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Comunicação
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
câmeras
medo
risco
governo
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I