Raça, Ciência e Sociedade

Tipo de material
Livro Coletânea
Autor Principal
Maio, Marcos Chor
Autor Organizador
Santos, Ricardo Ventura
Ano de Publicação
1996
Local da Publicação
Rio de Janeiro ^b FIOCRUZ/CCBB
Página Final
252
Idioma
Português
Resumo

Esta coletânea teve como ponto de partida o seminário Raça, Ciência e Sociedade no Brasil, realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, em 30 e 31 de maio de 1995. Está organizado em quatro seções e quinze capítulos. A primeira seção, constituída de quatro capítulos, discute as relações entre raça, ciência e nação da virada do século XIX até os anos vinte deste. Esta parte inclui análises de John Monteiro, Nísia Trindade Lima, Gilberto Hochman, Giralda Seyferth e Jair de Souza Ramos que demonstram que reflexões sobre índios, negros, imigrantes, política imigratória, colonização e saúde pública foram matérias obrigatórias para as diversas definiçoes de identidade nacional. A segunda seçao traz três capítulos que tratam dos deslocamentos ocorridos no âmbito do conceito de raça a partir das décadas de 30 e 40. Os textos, sem a pretensão de estabelecer marcos cronológicos rígidos, procuram nao somente incorporar o debate e as experiências internacionais tanto no campo da cultura no Brasil e na América Latina (Lourdes Martinez-Echazábal), da biologia/antropologia física (Ricardo Ventura Santos) ou mesmo da política - via lusotropicalismo - (Omar Ribeiro Thomaz), mas também se indagam quanto a vigência de fato do cancelamento das matrizes anteriores de cunho racialista e os limites dos deslocamentos ocorridos. A terceira parte é composta de quatro capítulos que têm como eixo central a produção de sociólogos e antropólogos nacional e estrangeiros sobre as relaçoes raciais no Brasil entre as décadas de 40 e 60. Reúne contribuições de Maria Lúcia Braga, Antônio Sérgio Guimaraes, Marcos Chor Maio e Maria Arminda Arruda. A parte mais substantiva dessa produção acadêmica foi elaborada no momento em que o Brasil era visto como um laboratóriopara experimentaçãoe entendimento positivo das interações raciais. Neste sentido, as análises têm como referência central os trabalhos realizados sob patrocínio da UNESCO no início dos anos 50. Finalmente, a quarta seção reúne quatro capítulos que se lançam num esforço abrangente de releitura da produção sociológica e antropológica anteriores, ante os desafios do momento presente. Neste sentido, os temas do racismo e das desigualdades raciais (Carlos Hasenbalg), do complexo sistema de categorização de cores e raças pela cultura brasileira (Yvonne Maggie) e atualidade de Gilberto Freire ou Guerreiro Ramos (Lívio Sansone e Joel Rufino dos Santos, respectivamente) são alguns dos pontos de partida para a compreensão do dilema racial brasileiro e sua inserção no contexto internacional.

Referência Espacial
Brasil
Habilitado