Reestruturações produtivas no mundo do trabalho dos jornalistas: precariedade, tecnologia e manifestações da identidade profissional

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Lelo, Thales Vilela
Sexo
Mulher
Orientador
Heloani, José Roberto Montes
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
Campinas
Programa
Ciências Sociais
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Jornalismo
Trabalho
Sofrimento
Identidade
Tecnologia
Resumo

Por meio de extensa investigação empírica empreendida com jornalistas profissionais que atuavam no estado de São Paulo entre dezembro de 2015 e janeiro de 2017, a presente tese é conduzida por dois objetivos centrais:

  1. Compreender como a identidade profissional dos membros desta esfera do mundo do trabalho é reconfigurada à luz de um cenário de reestruturações nas organizações de mídia, de mutações em seus modelos de gestão e de incorporação de novas tecnologias de comunicação e informação (TICs) nas redações.

  2. Aprender como os jornalistas lidam com as condições de trabalho às quais estão submetidos e atribuem significado aos sofrimentos experimentados em suas trajetórias.

O procedimento metodológico adotado nesta pesquisa envolveu uma triangulação de métodos quantitativos e qualitativos, englobando a aplicação de dois surveys, a realização de 15 entrevistas semiestruturadas e a análise de conteúdo de 102 matérias veiculadas em meio digital que discorriam sobre as mutações no mundo do trabalho dos jornalistas.

Os resultados obtidos pela investigação evidenciam:

A) A alta rotatividade dos profissionais nas redações, somada à precarização ascendente dos mais experientes no setor, criando obstáculos à socialização em uma comunidade de trabalhadores;

B) Uma corrosão de princípios éticos legitimados pelo campo jornalístico em benefício à maximização dos lucros provenientes de receitas publicitárias;

C) O patente descrédito atribuído aos mecanismos de ação coletiva e a sistemática recusa dos profissionais em se reconhecerem como membros de uma classe trabalhadora;

D) O nexo entre a progressiva feminização no setor e uma ascendente precariedade laboral que acomete mais incisivamente as comunicadoras;

E) A recorrência sistemática de situações de assédio moral, injustiças e de infração à ética profissional nas redações, que, atreladas a uma ausência de experiências de reconhecimento no trabalho, contribuem para o surgimento de patologias, ao desestímulo com a carreira e aos esforços recorrentes de jornalistas por tematizarem o sofrimento experimentado em suas rotinas produtivas.

Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Dezembro de 2015 a janeiro de 2017
Localização Eletrônica
https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1093484