A metáfora do jogo e a resistência pela ginga: percepções do malandro na literatura brasileira

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Cristino, Leandro Nascimento
Sexo
Homem
Orientador
de Goes, Frederico Augusto Liberalli
Ano de Publicação
2010
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Letras
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Paulo Lins
Jogo
Malandro
Resistência
Literatura brasileira contemporânea
Resumo

A variedade de perspectivas com que o personagem malandro é abordado na ficção brasileira demonstra a riqueza dessa figura e ajuda na compreensão do fascínio e interesse que desperta até hoje. Desde Leonardo Filho em memórias de um sargento de milícias, romance de Manuel Antônio de Almeida, até Passistinha em Cidade de Deus, escrito por Paulo Lins, são observados aproveitamentos distintos nos textos analisados: ora como o tipo brejeiro ou sedutor, mais próximo de sua idealização, como em ópera do malandro (Chico Buarque), ora como um sujeito bem pouco simpático, no papel de antagonista, como em clara dos anjos (Lima Barreto). Contudo, a habilidade de trânsito e negociação se confirma em todos os exemplares. De igual modo, o jogo se manifesta como um dos traços mais básicos da malandragem. Independentemente da modalidade, a prática lúdica pode se revelar como emblema de um comportamento singular, ousado e criativo. Essa percepção é mais evidente quando se analisa o conto malagueta, perus e bacanaço, de João Antônio. Seus protagonistas percorrem bares de São Paulo em busca de grandes apostas nas mesas de sinuca. Ao conjugar sua técnica sobre o pano verde e o acaso, nem sempre favorável, esses malandros aproximam jogo e vida, cuja imprevisibilidade demanda coragem e habilidade para superação dos obstáculos. Essa interpretação ainda explica as ambiguidades do personagem e, não apenas na literatura, mas também em outras manifestações culturais. Assim, mostrando-se flexível e dinâmico, o malandro contraria o pessimismo de muitos analistas contemporâneos, afirma sua vitalidade e resiste ao tempo.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
N/I