A guerra que tem rosto de mulher: a rotinização da violência a partir das infraestruturas na Cisjordânia Palestina.

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Monteiro, Giovanna Lucio
Sexo
Mulher
Orientador
Menezes, Palloma Valle
Ano de Publicação
2022
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Programa de Pós-Graduação em Sociologia
Instituição
Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ)
Página Inicial
1
Página Final
131
Idioma
Português
Palavras chave
Violência
Infraestruturas urbana
Gênero
Palestina
Resumo

Essa dissertação analisa a rotinização da violência na vida de mulheres palestinas a partir da ocupação israelense de 1967. O objetivo é compreender como a violência deixa de ser percebida como anômica e passa a fazer parte da vida cotidiana, destrinchando a maneira como as infraestruturas urbanas, principalmente de abastecimento de água e de mobilidade no território, são transformadas em instrumentos de guerra. Com base em perspectivas da antropologia das infraestruturas, que compreendem a relação entre o material e as implicações sociais que ele produz, em conjunto com o debate sobre rotinização da violência é possível perceber que o conflito dissolve a sua exceção em infraestruturas. Argumento que a relação entre violência rotinizada e infraestruturas só poderia ser observadas como algo central na questão palestina a partir da fala de mulheres. Isso porque essa forma de violência tem a sua invisibilidade como um princípio, ela é escondida, entremeada em canos, redes de esgoto, elétrica, rodovias e postos de controle. Em sua grande maioria, essa violência faz parte do ambiente doméstico, não é espetacular, não chama atenção da mídia e é muitas vezes percebida como um problema relacionado à pobreza e não necessariamente à guerra. Nesse sentido, a partir de uma perspectiva generificada das infraestruturas é possível observar violências que são construídas para não serem vistas e para desmobilizar todo um grupo social. Assim, usufruo do diálogo com três palestinas que foram entrevistadas via videoconferência ou aplicativo de mensagem durante a pandemia de covid-19. Suas percepções de violência nos levam aos debates sobre violências, infraestruturas e mobilidades que constituem os capítulos deste trabalho, e que nos ajudam a observar a forma como a ocupação israelense se baseia na construção de infraestruturas de controle em diferentes níveis, que incorporam em si uma violência lenta e invisível. Assim, há uma tentativa de perpetuação da guerra por uma violência infraestrutural, que dilui o estado de exceção na vida cotidiana e anexa o corpo das mulheres em seu processo que concomitantemente reproduz a vida e incorpora a violência.

Autor do Resumo
Monteiro, Giovanna Lucio
Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Região
Cidade do Rio de Janeiro
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
1967-2022
Localização Eletrônica
https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/20045