A Escola Jockey Club Brasileiro no espaço citadino carioca (1946-2010): o legado de uma tradição

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Silva, Rosaline Alves da
Sexo
Mulher
Orientador
Chaves, Miriam Waidenfeld
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Educação
Instituição
UFRJ
Idioma
Português
Palavras chave
Escola Jockey Club Brasileiro
Meritocracia
Configuração Familiar
Ethos Racionalista e Privatista
Cultura Escolar
Resumo

Este trabalho situa-se no campo que analisa a história das instituições educativas, a partir do interior das mesmas e sob a ótica relacional, que, neste caso, envolve escola e sociedade (CHAVES, 2014) – bairro/clube/cidade. Por meio dessa perspectiva investigou a Escola Jockey Club Brasileiro (EJCB), com o objetivo de identificar a cultura e as práticas (ESCOLANO, 2000; JULIA, 2001; VIDAL, 2005) ali produzidas, que colaboraram para a constituição de uma identidade, que definimos como sendo cada vez mais meritocrática. Criada e mantida pelo Jockey Club Brasileiro (JCB), instituição tradicional e aristocrática que existe desde 1932 na zona sul carioca, a escola analisada se localiza dentro do próprio clube e consiste em um estabelecimento septuagenário e gratuito, destinado a alunos de famílias historicamente empobrecidas – em sua maioria, moradores da Rocinha. Configura-se como uma escola sui generis, cujas características podem ser explicadas por meio de sua trajetória que, neste trabalho, foi definida a partir de três fases: 1) de sua origem (1946) até os anos 1960, período descrito por um ethos assistencialista, cujo cotidiano escolar foi, principalmente, marcado pelo esbanjamento dos gastos e pelo ensinamento de uma cultura do tipo européia – ballet, música e teatro -, conforme os valores do clube naquela época; 2) de 1970 até o ano de 1980, contexto da ditadura civil militar (DREIFUSS, 1981), em que a EJCB, apesar de ter adotado práticas baseadas no controle e na repressão, assim como os preceitos da Lei 5692/71, nomeou, através de seu vice-presidente, a diretora que iria mais tarde possibilitar a entrada da escola em sua terceira fase; 3) e de 1989 a 2010, período da consolidação de seu ethos meritocrático, uma vez que as medidas implantadas – nota de corte, seis, para seleção e permanência, maratonas e simulados de matemática e português para aumentar a qualidade da aprendizagem e a competição e, ainda, convênios com escolas e entidades reconhecidas pedagogicamente a fim de qualificar ainda mais os alunos -, segundo nossa hipótese, definiram a identidade da escola a partir das medidas citadas acima. Para analisar as referidas etapas, lançou-se mão da metodologia de análise documental e de entrevistas, privilegiando o recorte temporal de 1946 - 2010. Com base na teoria das relações de Norbert Elias (1994), constatou que as transformações ocorridas na escola – a construção de um perfil racional, privatista e a emergência de um ethos meritocrático – foram historicamente construídas e são próprias das mudanças sociais das quais faz parte.

Referência Espacial
Zona
Oeste
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Bairro/Distrito
Rocinha
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
1946-2010
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6327210