Antes, durante e depois de Amarildo: o desaparecimento do pedreiro como episódio crítico para a “marca” das UPPs

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Resende, Leandro Fernandes de Barros
Sexo
Homem
Orientador
Silva, Luiz Antonio Machado da
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Programa
Sociologia
Instituição
UERJ
Idioma
Português
Palavras chave
Unidades de Polícia Pacificadora
Sérgio Cabral
Segurança Pública
Violência
Rocinha
Resumo

O presente trabalho apresenta a possibilidade de se compreender o desaparecimento do pedreiro Amarildo Dias de Souza como um ponto de inflexão na história da política de pacificação das favelas fluminenses, empreendida desde 2008. Amarildo foi visto pela última vez na companhia de policiais militares em julho de 2013, e seu sumiço motivou uma série de manifestações nas ruas do Rio de Janeiro, uma onda de indignação nas redes sociais e fez com que as autoridades viessem a público se manifestar para dizer que aquele episódio não colocava as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em xeque. Pelo recurso retórico do “antes”, “durante” e “depois”, discuto, sem pretensão de realizar a análise de trajetórias biográficas individuais, quais as condições de emergência do caso Amarildo enquanto “causa coletiva bem-sucedida”, nos termos de Chateauraynaud (2012): qual era a “marca” das UPPs até então? O desaparecimento não era, por si, singular, mas o contexto de crise em que ocorre o exponenciou para além de um caso qualquer. Em seguida, avalio o período em que o caso teve mais destaque na mídia e nas falas principalmente do então governador fluminense Sérgio Cabral e do então secretário de segurança pública José Mariano Beltrame. De que forma o episódio apareceu no discurso desses atores, e quem estava participando da disputa nos momentos e nas reviravoltas desta longa controvérsia? Se há algo de interminável nessas, como sugeriu Lemieux (2007), apresento, por fim, momentos em que há o reacendimento da crítica. Trato destas questões pelo viés da sociologia pragmática por acreditar que foi gestada uma longa controvérsia em torno do sumiço de Amarildo, em que houve reversão de assimetrias históricas, como na centralidade da denúncia feita por moradores de favelas, disputas pelo tipo das provas usadas na contenda e, sobretudo, um momento crítico para a história das UPPs.

Referência Espacial
Zona
Oeste
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Bairro/Distrito
Rocinha
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
2008-2018
Localização Eletrônica
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=7402500