Em minha tese de doutorado “Entre arabescos, luas e tâmaras – performances islâmicas em São Paulo” defendida em 2007, considerei que os sentidos audição, tato, paladar, olfato, visão são re(modelados) no cotidiano islâmico, tanto para aqueles que nascem muçulmanos, portanto os descendentes de árabes, quanto para os revertidos. Venho pesquisando o Islã em São Paulo desde 1998 e nesses quase 11 anos, observei atentamente as mudanças corporais que advêm da imersão nesta religião. No início, meus trabalhos eram voltados para o tema da imagem fotográfica e o modo como os muçulmanos se relacionam com ela; a partir deste trabalho (2001), passei a produzir audiovisuais que retratassem o cotidiano islâmico e sua simbólica religiosa a fim de estabelecer relações entre imagem e performance islâmica.