A discussão sobre direito à cidade vem sendo reatualizada nos últimos anos no campo das ciências humanas. Ela também passou a fazer parte do discurso dos movimentos sociais e culturais que, além de se apropriarem do conceito teórico desenvolvido por Lefebvre e Harvey, o ressignificam, atribuindo novas e múltiplas interpretações. Atualmente, o carnaval dos blocos de rua na cidade do Rio de Janeiro está pensando na festa como espaço privilegiado de disputas na arena política. Muitos blocos, associações e coletivos carnavalescos incorporaram em seus discursos as reivindicações em torno do direito à cidade, em um processo de carnavalização da política na e pela cidade. Este artigo busca compreender qual é o entendimento que os blocos de carnaval de rua estão utilizando para construir suas próprias reivindicações em torno do direito à cidade, discutindo e reivindicando o espaço urbano e suas vivências a partir de especificidades como gênero e sexualidade.