Cocheiros e Carroceiros; homens livres no Rio de senhores e escravos

Neste trabalho a autora questiona como ter-se-ia dado a formação de uma infra-estrutura de transportes da cidade do Rio de Janeiro. A partir desta indagação o trabalho é orientado ao estudo das carroças e carroceiros, tanto no que se refere aos transporte de carga, quanto ao de passageiros, no período que vai de 1850 a 1890. O trabalho é dividido em duas etapas: a primeira, abrangendo o período entre 1850 e finais de 1860, é sustentada pelo estudo de carroceiros de frete - proprietários de sua ferramenta de trabalho - e pelos cocheiros de aluguel. A segunda é desenvolvida entre 1870 e 1890, período em que surgem as grandes companhias de transportes, o que limita as possibilidades de expansão do negócio dos carroceiros. Passa-se, então a uma nova etapa nos transportes urbanos com o desenvolvimento de ferrovias e carris. Enfatiza-se a origem e a importância da mão-de-obra empregada no Rio de Janeiro. Analisa também a origem do capital das companhias de transporte - provenientes de investimentos de grupos nacionais, especialmente das classes comerciantes cariocas, ser esquecer o pano de fundo das mudanças no setor, ou seja, a estrutura sócio-econômica do país até o final do século XX, marcada pela escravidão e pela monocultura exportadora.