A primeira parte do livro, intitulada A idade da inocência, mostra como a cidade do Rio de Janeiro, nos anos 50, já acumulava as tensões e conflitos que iriam explodir nas décadas seguintes. Constata que nessa época a cidade, apesar de retratada pelos estudiosos de forma nostálgica e romântica, já era uma cidade partida, marcada pela separação e pela segregação. Afirma que as reformas urbanas nela realizadas acirraram ainda mais tal segregação. Dentro desse processo, modernizar corresponde a expulsar cidadãos de segunda classe para os morros e periferias, configurando a cidade partida. A segunda parte do livro relata o estudo de caso feito em Vigário Geral, que examina a atuação do Movimento Viva Rio e dos representantes organizados da comunidade após a chacina de 21 moradores daquele local. Descreve, em forma de crônica, os dez meses de convivência com os moradores. Apresenta as histórias de vida de dois jovens nascidos e criados em Vigário Geral, amigos de infância, que tomaram rumos opostos - um chegando a líder comunitário, e outro a chefe do tráfico de drogas. Identifica, na vida da favela, a convivência simultânea de pólos opostos: prazer/miséria; fé/crime; violência/solidariedade. Considera a experiência relatada uma demonstração da inutilidade de qualquer operação de força, se a expulsão da minoria delinqüente não for acompanhada de uma ação de cidadania que incorpore socialmente a massa dos excluídos, promovendo justiça social para muitos e repressão para poucos.
Cidade Partida
Tipo de material
Livro Coletânea
Autor Principal
Ventura, Zuenir
Ano de Publicação
1994
Local da Publicação
São Paulo ^b Companhia das Letras
Página Final
277
Idioma
Português
Palavras chave
A Polêmica da Exclusão Social/Dualização
Depoimento de Jornalista
ONG
Segregação Sócio-Espacial
Tráfico de Drogas
Resumo
Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Logradouro
Parque Proletário de Vigário Geral
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro