A Região Metropolitana da Baixada Santista, apesar de ser uma das mais desenvolvidas e urbanizadas do Estado de São Paulo está entre as seis regiões com os mais baixos indicadores de escolaridade e longevidade, possuindo uma significativa desigualdade social expressa na segregação espacial da população empobrecida. Tal situação interfere no perfil reprodutivo da comunidade. O objetivo desta pesquisa foi estimar a prevalência de mulheres com aborto(s) provocado(s), residentes na Favela México 70, segundo características sócio-demográficas. O estudo é transversal retrospectivo, resultante de uma amostra aleatória de mulheres de 15 a 49 anos. Os dados foram coletados mediante a aplicação de questionários. Foi considerado como variável dependente a classificação da mulher quanto ao aborto: sem aborto e aborto provocado e variáveis independentes: idade, atividade remunerada, renda, escolaridade, estado civil, uso de contraceptivos e opinião sobre o aborto provocado. Para as análises foram utilizados modelos de Regressão Log-binomial. Dentre o total de mulheres entrevistadas (n=860), 79,53% (n=684) são de mulheres sem histórico de aborto provocado; para o total de mulheres a razão de prevalência de ter realizado aborto provocado sobre as sem aborto é 6,20 vezes maior (p?0,0001) entre as mulheres que aceitam sempre o aborto; 2,92 vezes maior (p=0,0046) entre as que possuem de dois ou mais filhos nascidos vivos; 1,69 vezes maior (p=0,0461) entre as que recebem renda ? 1SM (R$484,97); 1,04 vezes maior (p=0,0375) a cada ano a mais de vida da mulher. Dentre as 860 mulheres, 85,00% (n=735) declararam ter tido alguma gravidez, entre as quais a prevalência de mulheres com aborto provocado foi de 6,90% (n=51). A razão de prevalência de ter realizado aborto provocado é 12,22 vezes maior (p=0,0002) entre as que não possuem nenhum filho nascido vivo; 5,73 vezes maior (p?0,0001) entre as que aceitam essa prática; 5,18 vezes maior (p=0,0162) entre as que possuem 6 ou mais filhos nascidos vivos; 4,52 vezes maior (p=0,0108) entre as que possuem de dois a cinco filhos nascidos vivos; 1,76 vezes maior (p=0,0345) entre as que recebem renda ? 1SM (R$484,97); 1,04 vezes maior (p=0,0216) a cada ano a mais de vida da mulher. Por fim, encontrou-se o perfil das mulheres que mais abortam, sendo as mesmas: jovens, solteiras, com filhos, baixa escolaridade e não trabalham fora.
PREVALÊNCIA E CARACTERISTICAS DAS MULHERES COM ABORTO PROVOCADO. FAVELA MÉXICO 70, SÃO VICENTE-SP
Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Tássia Ferreira Santos
Sexo
Mulher
Orientador
Rebeca de Souza e Silva
Ano de Publicação
2010
Local da Publicação
São Paulo
Programa
SAÚDE COLETIVA
Instituição
UNIFESP
Idioma
Português
Palavras chave
Aborto provocado
Aborto inseguro
Epidemiologia
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
Baixada Santista
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2010