Um dos grandes desafios que se interpõem ao desenvolvimento dos grandes centros urbanos, nas megacidades do século XXI, diz respeito à capacidade de adaptação destas cidades aos enormes fluxos de pessoas, produtos e mercadorias que precisam circular de maneira fluida e eficiente diariamente. O cipoal de fatores que interferem na qualidade do deslocamento urbano perpassa políticas públicas de mobilidade, percepção de segurança, priorização de meios de transportes rápidos, leves, não motorizados e não-poluentes, ênfase no deslocamento coletivo em detrimento do individual, priorização de rotas de pessoas e mercadorias em plataformas multimodais que sejam planejadas previamente de forma a promover inteligência urbana, economicidade e, indispensavelmente, velocidade. O grande número de veículos automotores nas grandes metrópoles mundiais e, de forma específica, no Brasil e em São Paulo, impacta definitivamente a qualidade e eficiência da mobilidade urbana. Muitas soluções vêm sendo apresentadas como forma de suplantação deste desafio, tais como os aplicativos de mobilidade e compartilhamento de viagens sob demanda. O objetivo deste estudo foi verificar e discutir se, e em que medida, o advento do avanço tecnológico e o surgimento de aplicativos de deslocamento individual sob demanda impactaram as formas de mobilidade urbana na cidade de São Paulo. Pesquisa qualitativa indireta caracterizada como revisão de literatura e análise de documentos. A partir da Pesquisa Origem Destino 2017, publicação decenal do Metropolitano de São Paulo, foram analisadas as transformações na morfologia do transporte em geral e, mais precisamente, no transporte individual motorizado. Os resultados encontrados demonstram um aumento (12,4%), entre 2007 e 2017, no uso do transporte individual motorizado em praticamente todas as sub-regiões, exceto o centro de São Paulo. Houve queda da taxa de uso de viagens motorizadas individuais pelo automóvel (2,2%), aumento do uso de motos (31%) e de deslocamentos com táxis sob demanda de (425%). Mudanças estruturais em condições sociais como renda, estabilidade financeira e profissional e precarização do trabalho, localidade de matrícula escolar além do aumento do custo fixo de manutenção do veículo próprio contribuíram para a explosão do uso de táxis sob demanda, mas que ainda não representam nem 2% da mobilidade urbana em São Paulo. No entanto, o ponto mais interessante a ser apresentado é que as formas de locomoção motorizada geral (66% - 67%) coletiva (55% - 54%) e individual (45% - 46%), não motorizada geral (34% - 33%) a pé (98% - 97%) e de bicicleta (2% - 3%) denunciam que não houve alteração significativa na morfologia da mobilidade urbana da cidade de São Paulo entre 2007 e 2017.
Mobilidade urbana: análise da morfologia e das transformações do transporte individual na cidade de São Paulo
Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Fontes, Ana Paula Correa Vitorino
Sexo
Mulher
Orientador
Bogus, Lucia Maria Machado
Ano de Publicação
2020
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Ciências Sociais
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Mobilidade urbana
Transporte individual motorizado
Aplicativos de mobilidade
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2007-2017
Localização Eletrônica
https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/23987