As Residências Terapêuticas são um dos principais instrumentos de inserção do tema da loucura na sociedade, pois são casas onde moram (principalmente) sujeitos egressos dos hospitais psiquiátricos. Esta pesquisa se propôs a olhar como o cotidiano dos moradores de uma RT enseja vetores de produção de subjetividade. Para tanto, inicialmente, trazemos a história do morar da loucura no Ocidente, desde seus movimentos mais livres na sociedade até o enclausuramento do louco, seguindo com a trajetória brasileira, suas experiências e os movimentos políticos que construíram a nossa atual Política de Saúde Mental, até a história e o cenário atual das RTs, focando mais especialmente o município de São Paulo. Para a discussão sobre o cotidiano, valemo-nos dos aportes de Pichon-Rivière e Micheal de Certeau e com Felix Guattari tematizamos a produção de subjetividade. A Observação Participante foi nosso instrumento metodológico no período de seis meses numa RT masculina no município de São Paulo. Esta observação se deu no cotidiano da casa e também no acompanhamento das saídas dos moradores para suas atividades. Utilizamos como referencial metodológico a Análise Institucional que nos permitiu acompanhar e desenhar alguns recortes do cotidiano desta RT por meio de cenasanalisadoras. Tais cenas foram analisadas a partir de alguns vetores de subjetivação, mais especificamente aqueles sinalizados pela perspectiva da reabilitação psicossocial, na ótica de F. Rotelli e B. Saraceno: a reconstrução dos sentidos/valores, do tempo, da responsabilização e o reingresso ao corpo social. As noções do morar e habitar também foram acionadas como operadores de análise. Esta experiência singular apontou para reflexões importantes quanto as RTs: o valor das mesmas na reabilitação psicossocial, principalmente na circulação social, na promoção da autonomia, e na produção de novos sentidos para o viver. Cabe ainda destacar as dificuldades para a ampliação dessa casa/serviço derivadas pelo baixo envolvimento do gestor local associados aos entraves financeiros que a montagem desse serviço requer e a falta de uma campanha nacional sobre as mudanças na saúde mental.
Cotidiano da residência terapêutica
Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Silva, Dayse Andrade Bispo
Sexo
Mulher
Orientador
Vicentin, Maria Cristina G.
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Serviço Social
Instituição
PUC/SP
Idioma
Português
Palavras chave
Residência terapêutica
Cotidiano
Produção de subjetividade
Resumo
Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Qualitativo
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2010-2012
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16968