Notas sobre a Constituição da Política de Planejamento Familiar no Brasil: 1965-1977

Reconstituem, em perspectiva histórica, as atividades de planejamento familiar no Brasil, entre 1965-1977, analisando a expansão destes serviços e sua relação com a política de saúde e o modelo de desenvolvimento econômico. A paulatina incorporação do planejamento familiar nos programas de saúde implicou num processo de lutas entre diferentes grupos, inseridos ou não no aparelho estatal, e os interesses particulares dos produtores de serviços de saúde, que até certo ponto dependem das indústrias farmacêuticas e de equipamentos médicos. Surge, neste período, uma grande preocupação com o estabelecimento de diagnósticos referentes às indicações de saúde materno-infantil (mortalidade infantil, desnutrição, etc), interpretadas no marco de um modelo econômico concentrador de renda e excludente. Em 1973-75, os programas de saúde esboçam propostas de planejamento familiar, fundamentando-se em motivos de saúde e descaracterizando a intenção de reduzir o crescimento populacional.