A coletânea A cidade da informalidades, organiza-da por Pedro Abramo, aparece num momento particularmente relevante. Existem, atualmente, novas perspectivas para a superação de mecanismos de natureza econômica e político-institucional responsáveis pela reprodução das faces mais cruéis da urbanização. Estas perspectivas decorrem da aprovação do Estatuto da Cidade e da criação do Ministério das Cidades. A coletânea contribui ao tratamento enriquecido de um dos temas centrais da atuação deste Ministério, a regularização fundiária, e para a apropriação social da legislação relativa aos direitos urbanos. Nas palavras de Edésio Fernandes: “a aprovação do importante Estatuto da Cidade consolidou a ordem constitucional quanto ao controle jurídico do desenvolvimento urbano, visando reorientar a ação do Poder Público, do mercado imobiliário e da sociedade (...) Sua efetiva materialização em leis e políticas públicas, porém, dependerá fundamentalmente da ampla mobilização da sociedade brasileira, dentro e fora do aparato estatal” (p.166-7).
A cidade da informalidade: o desafio das cidades latino-americanas. Pedro Abramo (Org.), Rio de Janeiro: Livraria Sette Letras/Faperj/Lincoln Institute, 2003.