Esta pesquisa procura identificar quais as tendências recentes da duração dos empregos no Brasil, a fim de responder que processos explicam a significativa flexibilidade numérica do emprego, expressa em elevadas taxas de contratação e demissão. Se nos países capitalistas centrais o movimento de flexibilização do trabalho iniciado na década de 1980 rompeu com a estabilidade dos empregos e com a predominância do contrato padrão típico do período fordista, no caso do Brasil, altas taxas de rotatividade e a duração relativamente curta dos empregos se mantiveram todo o processo de industrialização; o desenvolvimento do capitalismo ocorreu em paralelo ao poder discricionário das empresas na determinação das condições de trabalho, especialmente em termos da liberdade de contratar e demitir. Por outro lado, a introdução de novos métodos de produção flexível, baseados no trabalho polivalente, supostamente reduziria as vantagens da alta rotatividade como forma de controle do trabalho e redução de custos. A investigação empírica utilizou a duração do emprego como indicador de flexibilidade numérica, e como fonte os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) das regiões metropolitanas de São Paulo e do Distrito Federal e Entorno dos anos de 1992 a 2006. Verificou-se que a duração média do emprego aumenta em todos os setores econômicos, mas que esse ganho concentra-se sobretudo entre os trabalhadores adultos mais experientes; há evidências de que há um número considerável de trabalhadores que não se beneficiaram desse aumento. Identificou-se também alta correlação entre a permanência no emprego e o incremento salarial. Propõe-se a interpretação de que a duração do emprego ampliou-se em um núcleo de trabalhadores mais estáveis. Essa conjunção sugere uma renovação dos mecanismos de consentimento entre os trabalhadores, por meio de um acesso seletivo às “recompensas” da estabilidade e da ascensão salarial, ao mesmo tempo em que o desemprego recorrente continua a operar como mecanismo de coerção para a maioria dos trabalhadores.
FLEXIBILIDADE E PERMANÊNCIA: A DURAÇÃO DOS EMPREGOS NO BRASIL (1992-2006).
Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Roberto Henrique Sieczkowski Gonzalez
Sexo
Homem
Orientador
Sadi Dal Rosso
Ano de Publicação
2009
Local da Publicação
Brasília
Programa
SOCIOLOGIA
Instituição
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Idioma
Português
Palavras chave
FLEXIBILIDADE DO TRABALHO
ROTATIVIDADE NO EMPREGO
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Brasília
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
1992-2006
Localização Eletrônica
https://repositorio.unb.br/handle/10482/7229