Desde a metade da última década, em grandes cidades do Brasil, começou a se difundir o uso da secreção da perereca Phyllomedusa bicolor. Um pouco mais tarde, partir da segunda década deste século, tornou-se possível alcançar informações sobre tal difusão em cidades europeias e norte-americanas. Tradicionalmente usada como revigorante e estimulante para caça por grupos indígenas do sudoeste amazônico (entre eles, Katukina, Yawanawá e Kaxinawá), tem havido um duplo interesse pelo kambô: como um “remédio da ciência” – no qual se exaltam suas propriedades bioquímicas – e como um “remédio da alma” – onde o que mais se valoriza é sua “origem indígena”. A difusão urbana do kambô tem-se dado, sobretudo, em clínicas de terapias alternativas e no ambiente das religiões ayahuasqueiras brasileiras. Os aplicadores são bastante diversos entre si: índios, ex-seringueiros, terapeutas holísticos e médicos. Neste artigo apresentamos uma etnografia da difusão do kambô, analisando sobretudo o discurso que esses diversos aplicadores têm elaborado sobre o uso da secreção, compreendida por alguns como uma espécie de ‘planta de poder’, análoga ao peiote e a ayahuasca.
Remédio ou Planta de Poder: Os Usos do Kambô no Brasil
Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Labate, Beatriz Caiuby
Sexo
Mulher
Autor(es) Secundário(s)
Lima, Edilene Coffaci de
Sexo:
Mulher
Código de Publicação (DOI)
https://doi.org/10.4000/pontourbe.2384
Título do periódico
Ponto Urbe - Revista do núcleo de antropologia urbana da USP
Volume
15
Ano de Publicação
2014
Local da Publicação
São Paulo
Idioma
Inglês
Palavras chave
Kambô
Katukina
Terapias alternativas
Religiões ayahuasqueiras brasileiras
Nova Era
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
Século XXI; década de 2010
Localização Eletrônica
https://journals.openedition.org/pontourbe/2384