Esta dissertação se propõe a descrever e analisar sociologicamente quais são e como se dão as ações coletivas de imigrantes bolivianos na busca por direitos sociais, culturais, políticos e econômicos na cidade de São Paulo, contemporaneamente. Nos anos 2000, principalmente na década de 2010, a capital paulista vivencia a emergência de coletivos de imigrantes que passam, juntamente com as organizações mais antigas, a almejar o protagonismo do imigrante ante suas lutas e demandas.
Tendo este cenário em mente, pretende-se responder à seguinte questão: em que medida as lutas travadas pelos bolivianos por direitos são representativas, do ponto de vista da democracia, de um novo paradigma emancipatório para os imigrantes? Com o intuito de alcançar os objetivos propostos, a investigação se valeu de uma abordagem etnográfica, incluindo entrevistas com ativistas que encabeçam mobilizações e manifestações de imigrantes em São Paulo, observações em eventos e manifestações públicas de imigrantes bolivianos, observação em sites de redes sociais de coletivos de imigrantes bolivianos, além de leitura bibliográfica.
Procura-se analisar a relação desses imigrantes com o Estado e as políticas públicas, por meio do conceito de “restrições e oportunidades políticas” (Tilly, 2008; Tarrow, 2009). Em face do exposto, espera-se que os resultados possam servir de parâmetro para quem desejar pensar outras situações de ações coletivas empreendidas por imigrantes, sejam eles bolivianos ou não.