Introdução - O sistema escravagista marcou profundamente a formação da sociedade brasileira. No Brasil, a pele passa a ser um operador social de acesso ou proibições, um legado determinante de impossibilidades para negros e brancos, sendo que o processo de miscigenação foi uma falácia para invisibilizar e excluir os negros do mercado de trabalho.
Objetivo - Examinar como a herança da escravidão no estado de São Paulo contribui diretamente na formação e nas condições do mercado de trabalho no século XX.
Métodos – O estado de São Paulo foi definido como região a ser observada. O espaço-tempo foi definido entre 1850 e 1990, dos importantes momentos de transição econômica e modelos de utilização da mão de obra.
Resultados - O estado de São Paulo é claramente o caso mais avançado dessa transformação, sendo que, quando se tenta recapitular a experiência paulista de crescimento e desenvolvimento econômico em uma escala nacional, a experiência de São Paulo na questão racial torna-se ainda mais importante como um possível prognóstico das coisas que estão por vir. A sociedade racista admitia o negro como escravo; para o trabalho livre trouxe o europeu, alegando que os negros não tinham "mentalidade" para se integrarem aos modos de produção modernos.
Conclusão - A herança escravocrata, no formato de um ciclo de exclusão do negro, extremamente eficiente, irradia e consolida estruturas e hierarquizações, as quais, dentre seus efeitos, tornam extremamente difícil a chegada e permanência do negro nos postos de comando do mercado de trabalho.