O engajamento político entre o "renomear o vivido" e dispositivos de normatização social: experiências femininas pelos ativismos e militâncias populares

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Formagio, Cessimar de Campos
Orientador
Rizek, Cibele Saliba
Ano de Publicação
2019
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Sociologia
Instituição
UFSCAR
Idioma
Português
Palavras chave
Engajamento
Estranhamentos
Dispositivos sociais
Gênero
Neoliberalismo
Resumo

O objetivo desta pesquisa é examinar as possibilidades do engajamento político feminino contribuir na nomeação e publicização – simultaneamente individual e coletiva - de estranhamentos a dispositivos que normalizam sujeições e desigualdades que compõem a vida social. O ato de nomear e tornar público tais estranhamentos possibilita dar a fatos e relações sociais nomes diversos daqueles propagados pela normatividade social, exercício que Rancière nomeou como “literalidades” e que, nesta pesquisa, chamamos de “renomear o vivido”. A proposta é investigar em que medida o envolvimento feminino em ativismos e militâncias populares, duas formas de engajamento político que possuem traços em comum e também suas especificidades, possibilitam, para além dos exercícios de governamentalidade que atravessam tais práticas, formas de socialização que contribuem neste renomear.

Para desenvolver as análises, nos apoiamos em dois procedimentos: interlocuções realizadas com mulheres envolvidas, com ou sem ligação a um grupo político em específico, em ações que compõem os ativismos e militâncias nas cidades de Campinas e São Paulo, e na observação participante, durante os anos de 2015 a 2017, de alguns atos, manifestações, rodas de conversa e oficinas culturais - realizados em espaços públicos e de acesso aberto - que foram propostas nestas cidades com o objetivo de problematizar desigualdades de classe e seus cruzamentos com diferenciações de raça, gênero, entre outras.

Este caminho investigativo, unido aos exercícios de reflexão teórica, nos permite indicar que o envolvimento feminino em ativismos e militâncias populares, para além das formas de sujeição que estas práticas circulam e reiteram, possibilita, entre outras, duas principais renomeações: às relacionadas a representações de gênero que sujeitam mulheres a determinadas atribuições e comportamentos nos espaços sociais, inclusive nas relações familiares, e às que remetem à publicização de conflitos (de classe, gênero e outros) que, no processo de privatização do público ampliado pela racionalidade neoliberal, tendem a confinar-se no que Rancière (1996) nomeou como “ordem doméstica”: espaço social onde se concentram os assuntos que não seriam de interesse público e sim da particularidade dos agentes envolvidos.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
Campinas
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
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