VIVÊNCIA DOS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL SOBRE OS IMPACTOS EM SUA SAÚDE NO CONTEXTO DA GESTÃO PÚBLICO-PRIVADO

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Borges, Elisa Silva
Sexo
Mulher
Orientador
Rosemeire Aparecida Scopinho
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Psicologia
Instituição
UFSCAR
Página Final
118
Idioma
Português
Palavras chave
construção civil
trabalho
relações de trabalho
Resumo

Com esta dissertação, foi possível contribuir com a discussão sobre a saúde dos trabalhadores, na área da construção civil, de projetos habitacionais promovidos pela parceria entre  instâncias públicas e privadas. Apesar de ser um setor importante para a economia brasileira, a literatura é escassa, especialmente na Psicologia, de estudos a respeito de como os trabalhadores vivenciam os impactos das condições e relações de trabalho, propiciadas pelos gestores, em sua saúde. Com base no referencial teórico e metodológico da Epidemiologia Social, da Psicodinâmica do Trabalho e de autores da Ergonomia, este trabalho visou estudar  como os serventes e pedreiros de uma obra habitacional, em um município do interior de São Paulo, vivenciaram as relações e condições de trabalho propiciadas pelas parcerias entre Autarquia, empresa e Caixa Econômica Federal. Para isto, foram identificados os diferentes papéis dos parceiros executores  das  obras;  conhecidas  as  relações  e  condições  de  trabalho;  os  índices acidentários  e  de  adoecimento  foram  levantados.  As  informações foram  obtidas  por meio  de  questionários,  entrevistas  semiestruturadas,  observações  diretas,  pesquisa documental e analisadas por meio de triangulação e definição de categorias à posteriori, construídas a partir do exame dos consensos e dissensos  identificados no conteúdo das falas. Os  resultados mostraram  que  a  obra  financiada  pelo Programa Pró-Moradia  foi marcada  pela  lógica  do  capital,  que  determinou  precárias  condições  e  relações  de trabalho. Os  trabalhadores que  acompanharam  a  inserção do mestre de  obras, por um lado  como  facilitador  da  comunicação  com  os  gestores  e,  por  outro,  como  perda  do controle  sobre  pequenas  decisões  tomadas  pelo  coletivo. A  qualificação, mesmo  que não proporcionada pelos gestores, por meio de cursos, quando a organização do trabalho permitiu, os  trabalhadores desenvolveram novas habilidades. As medidas de segurança no  trabalho  foram  paliativas,  mas  os  trabalhadores  utilizaram-se  de  estratégias defensivas  e  de  mobilização,  as  quais  diferenciaram-se  de  acordo  com  a  relação trabalhista.  Entretanto,  alguns  trabalhadores  adoeceram  ou  se  demitiram,  pois  nem sempre conseguiam superar a organização do trabalho.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Carlos
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2012
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/6029