Com esta dissertação, foi possível contribuir com a discussão sobre a saúde dos trabalhadores, na área da construção civil, de projetos habitacionais promovidos pela parceria entre instâncias públicas e privadas. Apesar de ser um setor importante para a economia brasileira, a literatura é escassa, especialmente na Psicologia, de estudos a respeito de como os trabalhadores vivenciam os impactos das condições e relações de trabalho, propiciadas pelos gestores, em sua saúde. Com base no referencial teórico e metodológico da Epidemiologia Social, da Psicodinâmica do Trabalho e de autores da Ergonomia, este trabalho visou estudar como os serventes e pedreiros de uma obra habitacional, em um município do interior de São Paulo, vivenciaram as relações e condições de trabalho propiciadas pelas parcerias entre Autarquia, empresa e Caixa Econômica Federal. Para isto, foram identificados os diferentes papéis dos parceiros executores das obras; conhecidas as relações e condições de trabalho; os índices acidentários e de adoecimento foram levantados. As informações foram obtidas por meio de questionários, entrevistas semiestruturadas, observações diretas, pesquisa documental e analisadas por meio de triangulação e definição de categorias à posteriori, construídas a partir do exame dos consensos e dissensos identificados no conteúdo das falas. Os resultados mostraram que a obra financiada pelo Programa Pró-Moradia foi marcada pela lógica do capital, que determinou precárias condições e relações de trabalho. Os trabalhadores que acompanharam a inserção do mestre de obras, por um lado como facilitador da comunicação com os gestores e, por outro, como perda do controle sobre pequenas decisões tomadas pelo coletivo. A qualificação, mesmo que não proporcionada pelos gestores, por meio de cursos, quando a organização do trabalho permitiu, os trabalhadores desenvolveram novas habilidades. As medidas de segurança no trabalho foram paliativas, mas os trabalhadores utilizaram-se de estratégias defensivas e de mobilização, as quais diferenciaram-se de acordo com a relação trabalhista. Entretanto, alguns trabalhadores adoeceram ou se demitiram, pois nem sempre conseguiam superar a organização do trabalho.
VIVÊNCIA DOS TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL SOBRE OS IMPACTOS EM SUA SAÚDE NO CONTEXTO DA GESTÃO PÚBLICO-PRIVADO
Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Borges, Elisa Silva
Sexo
Mulher
Orientador
Rosemeire Aparecida Scopinho
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Psicologia
Instituição
UFSCAR
Página Final
118
Idioma
Português
Palavras chave
construção civil
trabalho
relações de trabalho
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
São Carlos
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2012
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/6029