Paulistanidade e Racialização: O Caso Nordestino

Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Rego, Marina Chaves de Macedo
Sexo
Mulher
Orientador
Guimarães, Antonio Sergio Alfredo
Ano de Publicação
2018
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Sociologia
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Paulistanidade
Preconceito contra nordestinos
Racialização
Regionalismo
Separatismo
Resumo

Apresento nesta dissertação a pesquisa que realizei sobre as relações entre a paulistanidade e o preconceito contra nordestinos. Exponho como o ideal de superioridade paulista foi historicamente acompanhado por uma narrativa racial, econômica e política que aponta a racionalidade, a branquidade e o mérito como virtudes diferenciais desta população. Apresento, da mesma maneira, a estigmatização dos nordestinos como um fenômeno social de grande alcance, associado à ideia de inaptidão econômica, política e racial imputada a este grupo regional, que aparece com frequência como contraponto da moralidade paulista. 

Analiso como noções de progresso e civilização, restritivas e racializadas, se adequam e se relacionam de formas distintas a identidades regionais variadas. Trato os regionalismos brasileiros de modo que seja possível investigar a ascensão da questão regional como um processo de racialização e demarcação econômica das populações brasileiras, notadamente simbolizadas por uma gama de marcadores sociais da diferença.

Interessa-me entender tanto o caráter homogeneizador das narrativas regionalistas quanto as mobilizações em torno de raça e classe que estas possam abarcar. Focando no caso paulista, apresento o histórico da paulistanidade em torno de uma superioridade que frequentemente se apresentou como questão racial. Da mesma maneira, empreendo uma análise comprometida em averiguar as continuidades e descontinuidades deste regionalismo.

A ascensão do discurso da democracia racial com seu consequente padrão de preconceito e discriminação que se estabelece de forma velada é, portanto, um marco importante para esta análise. Para destrinchar estas questões, focalizo a corrente crise política brasileira e os grupos separatistas paulistas que surgiram nesta década (2010).

A tese que orienta esta pesquisa é de que a paulistanidade não somente recrudesce em momentos de disputa política, como aparece enquanto perpetradora de uma hierarquia nacional marcada por assimetrias raciais, regionais e de classe. Defendo, deste modo, que a contraposição histórica entre paulistas e nordestinos pode se apresentar como uma narrativa eficaz do conservadorismo nacional. Esta narrativa seria capaz de extrapolar o plano discursivo, possuindo materialidade política notável.

Torna-se importante salientar que o regionalismo paulista é pensado de forma relacional aos outros regionalismos brasileiros.

Disciplina
Referência Espacial
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
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