Migração, Liminaridade e Memória: um estudo sobre o choque entre imaginários e (re)construção de identidades

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Cardel, Lídia Maria Pires Soares
Sexo
Mulher
Orientador
Queiroz, Renato da Silva
Ano de Publicação
2003
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Antropologia
Instituição
USP
Página Final
216
Idioma
Português
Palavras chave
Subjetividade
Identidade grupal
Representação
Integração
Sociabilidade
Resumo

O ponto central desta pesquisa foi compreender a ótica pela qual o indivíduo proveniente de sociedades ditas tradicionais, vivencia a experiência do seu deslocamento no espaço social e familiar, elemento referencial da sua construção identitária, para um outro, desconhecido e distante. Partindo da hipótese de que as novas formas de sociabilidade do mundo urbano provocam rachaduras e fissuras na couraça construída pelos processos de socialização instauradores do ser social, ser migrante é estar ocupando espaços diferenciados e, sobretudo, estar quase sempre em um processo de extensa liminaridade. Apesar das estratégias de migração envolverem muitas vezes uma ampla rede de parentes (reais e espirituais) e de amigos e conhecidos, sair de um cotidiano conhecido é um momento único na saga individual de qualquer ser humano. É um momento de tensão entre o indivíduo e o todo social que o circunda. Neste sentido, todas as atividades objetivas e concretas dos seres humanos são constantemente re-trabalhadas pelo universo simbólico, que exibe uma capacidade infinita de criar diversidades. Esta dialética entre as formas objetivas e subjetivas de vida é geradora da dinâmica social e do devir histórico, ambos responsáveis pelo estabelecimento dos modos de vida. A crescente "desruralização" da população mundial nas últimas décadas é um exemplo ímpar de como estas duas dimensões se interpenetram e se confundem. Esta mudança brusca, provocada pela modernização dos modos de produção e das forças produtivas, mudou o panorama da sociedade dita complexa, provocando um intenso turbilhão sócio-cultural, tendo como expressão máxima o modus vivendis metropolitano, que criou infinitas topologias de expressão social e individual. Em resumo, a migração, por ser um processo de transposição do indivíduo através de ambientes sócio-culturais distintos, é uma das realidades mais ambíguas dentre os fatores que compõem o cotidiano das metrópoles, principalmente de uma grande cidade como São Paulo, espaço referencial desta pesquisa.

Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Cidade/Município
Olhos D'água
Macrorregião
Nordeste
Brasil
Habilitado
UF
Bahia
Referência Temporal
(N/I)
Localização Eletrônica
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