A literatura mostra que a entrada do jovem no mundo do trabalho tem aspectos positivos e negativos para o seu desenvolvimento. Diante da atual crise de emprego e da existência de legislação que prevê a inserção juvenil no trabalho como aprendizes, torna-se importante analisar as representações sociais de jovens cuja entrada no mundo do trabalho é mediada por entidades pré-profissionalizantes, que devem mediar a relação entre o aprendiz e sua primeira experiência de emprego, garantindo-lhe uma oportunidade temporária de qualificação e de trabalho. O objetivo geral da pesquisa foi compreender as representações sociais de trabalho entre jovens de 14 a 18 anos, inseridos como aprendizes em uma empresa de convênio médico, localizada no interior paulista. Utilizou-se o referencial teórico-metodológico da .Teoria das Representações Sociais, visando analisar como dimensões históricas, sociais e organizacionais dessa modalidade de inserção contribuem para formar nos jovens percepções sobre a realidade do trabalho. Trata-se de um estudo de caso envolvendo a entidade pré-profissionalizante, a empresa de convênio médico e a participação de 10 jovens aprendizes, de 16 e 17 anos, todos estudantes do Ensino Médio de escolas públicas da cidade onde se localizam as instituições participantes da pesquisa. As representações sociais foram apreendidas por meio de entrevistas individuais e coletivas, observação participante, investigação documental e bibliográfica. As informações foram analisadas pela construção de categorias analíticas a posteriori, que advêm de leituras exaustivas e repetidas do resultado das entrevistas e dos registros de observações de campo. Em relação à entidade pré-profissionalizante, foi possível constatar que o tipo de qualificação oferecida é disciplinadora e atende a capacitação do operário padrão obediente e pouco flexível. A triangulação das informações permitiu identificar que os jovens representam o trabalho de forma ambígua, evidenciando aspectos positivos e negativos. Os aprendizes consideram a juventude um período de preparação para o trabalho e muito importante para o futuro profissional. As principais vantagens do trabalho apontadas por eles foram: o provimento para si e a família; a possibilidade de ascensão social; a contribuição social do trabalho (ajudar pessoas); adquirir responsabilidade e experiência; apoio à escola (norteia a escolha profissional); adquirir qualificação profissional. Os jovens também evidenciaram a negatividade do trabalho em suas representações, apontando principalmente para a falta de tempo para a realização de outras atividades como estudo, lazer, convivência com familiares, entre outras. Concluiu-se que, na visão dos aprendizes, o trabalho contribui mais positivamente do que negativamente para o desenvolvimento profissional e pessoal destes.
Representações sociais de jovens sobre trabalho: uma análise construída a partir da formação profissionalizante e da experiência de primeiro emprego
Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Betetto, Mariana de Freitas
Sexo
Mulher
Orientador
Scopinho, Rosemeire Aparecida
Ano de Publicação
2012
Local da Publicação
São Carlos
Programa
Psicologia
Instituição
UFSCar
Página Final
128
Idioma
Português
Palavras chave
representação social
mercado de trabalho
trabalho juvenil
formação profissional
Resumo
Disciplina
Referência Espacial
Cidade/Município
São Carlos
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2012
Localização Eletrônica
https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/6028