Moradia do Pobre no Rio de Janeiro

Apresentado em encontro promovido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro no Centro de Estudos e Formação do Sumaré, em dezembro de 1978, entre líderes da atual política habitacional, representantes dos usuários de mais baixa renda e de suas associações. Procura caminhos para solucionar o problema da habitação popular no Rio de Janeiro, contextualizando esse problema entre 1900 e o momento presente. Trata de política habitacional recente; remoções e refavelizações; déficit habitacional; e diferenciação entre favelas, conjuntos habitacionais e casas de triagem, destacando a ação da CODESCO na urbanização das favelas. Em seguida analisa os mecanismos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), observando os seus agentes e instrumentos, principalmente o BNH, que apesar do objetivo primordial de atendimento às famílias carentes, acabaram por se dirigir às camadas médias e altas da população. Seleciona casos individuais e situações coletivas orientados pelo Serviço de Assistência Judiciária da Arquidiocese do Rio de Janeiro, considerados exemplares de situações que envolvem mercado de hipotecas, loteamento irregular, urbanização de favelas e proibição de melhorias. Reproduz parcialmente depoimentos de moradores de favelas, conjuntos habitacionais e casas de triagem. Aborda o caso de remoções compulsórias recentes da favela do Vidigal para o Conjunto Habitacional de Antares, apresentando dezoito exemplos das notificações recebidas pelos moradores e a sentença do juiz em um dos casos. Reproduz um relatório da Associação Amigos de Chapéu Mangueira e após um breve histórico da ação da Igreja Católica - Fundação Leão XIII, Cruzada São Sebastião e Pastoral de Favelas -, o texto faz algumas propostas para resolver os problemas de conjuntos habitacionais, populações faveladas e casas de triagem.