Pesquisa Bibliográfica

A primeira parte apresenta os conceitos fundamentais que explicam o tema do trabalho e servem de base para manejar a pesquisa: pulso, crises e inflexões. Como são transbordos multidisciplinares de campos suplementares à arquitetura, serão evocados autores de outras áreas para dar suporte a esses conceitos. A segunda parte toma por estudo de caso quatro espaços públicos da região central de São Paulo: Largo do Paiçandu, Largo do Arouche, Praça Dom José Gaspar e Praça Roosevelt. Com uma aproximação histórica, arquitetônica e social, essa tomada de pulso confronta a estrutura arquitetônica e as apropriações ocorridas nesses espaços. Desse contraponto vêm à tona as condições de crise do espaço público, mas também as potencialidades para inflexões. A terceira parte consolida os aprendizados dos espaços públicos estudados, agora com ênfase na análise de fatores contemporâneos que podem ser equacionados em uma forma de repensar a articulação entre arquitetura e cidade: micropolítica, sociabilidade, fruição do tempo e gesto artístico-cultural. A última parte extrai o aprendizado dos objetos e conceitos estudados, sintetizados em uma reflexão crítica que aponte caminhos possíveis para uma articulação entre arquitetura e cidade a partir do projeto para seus espaços públicos.

Neste artigo, apresentam-se alguna aspectos da configurçaõ e do cotidiano do pequeno comércio (varejista) do espaço central do Rio de Janeiro às vésperas da reforma urbana implantada por Pereira Passos (1903-1906).Busca demonstrar que um dos objetivos primaciais do preposto municipal do governo do presidente Rodrigues Alves era desarticular o comércio varejista, especilamnte o de bares, tavernas, botequins, açougues e padarias, que dava suporte à população e a toda sorte de deserdados.Assim como a cidade foi remodelada espacialmente , também passou por uma redefinição forçada de suas características comerciais.Este setor caracteriza-se por um jogo que denotava o espírito flibusteiro em algumas de suas práticas comerciais, denunciando o registro inferior da moral daqueles dias.

A pesquisa aborda o uso das tecnologias de informação e comunicação para o entrelaçamento dos espaços concreto e virtual. Inicialmente, traça um breve histórico da transformação da sociedade sob a ótica das eras da comunicação e das mídias relacionadas a cada época, demonstrando como a comunicação influenciou significativamente a percepção do tempo e do espaço ao longo da história, e como as tecnologias da informação e comunicação influenciam a sociedade da cultura digital, a ponto de parecer óbvio que o imperativo categórico da cibercultura é estar conectado. Em um segundo momento, apresenta as tecnologias móveis destacando o QR Code como um meio de comunicação digital, que aliado ao smartphone, é utilizado como ponte de acesso ao ciberespaço. São apresentados ainda dados de pesquisas e exemplos do uso do QR Code no espaço urbano em cidades da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil. E, finalmente, sugere-se a aplicação do QR Code e outras tecnologias digitais na cidade de Indaiatuba, uma relevante cidade do interior de São Paulo, para a construção de uma narrativa digital, incentivando a memória e inteligência coletiva e objetivando a preservação do patrimônio edificado da cidade.

Descreve alguns dos conceitos utilizados para se conhecer o déficit de moradias. Procura mostrar que os números são valiosos instrumentos de conhecimento da realidade e insumos para a escolha de prioridades e políticas. Mas a eles aplica-se também a necessidade de interpretação e decodificação da sua aparência, para que sua essência surja com real poder explicativo.

Estuda a coluna intitulada Queixas do Povo do Jornal do Brasil, publicada entre 1899 e 1935 no Rio de Janeiro procurando identificar de que forma se expressavam as camadas populares em relação à vida urbana e aos problemas considerados merecedores da intervenção do Estado. Constata que as reclamações mais constantes referiam-se à violência e à segurança, à inexistência de serviços básicos, ao salário e às relações de trabalho, e à burocracia e fiscalização estatal. Conclui que a análise das Queixas do Povo é interessante para compreender tanto as condições de vida como o plano em que se formulava a questão da cidadania na época.

Através dessa dissertação propomos uma análise de conteúdo dos textos impressos na mídia libertária e comunista de São Paulo e do Rio de Janeiro, respectivamente os jornais A Lanterna, A Plebe e O Cosmopolita e Voz Cosmopolita, articulados entre os anos de 1909 a 1927. Adjacente ao cenário de formação dos dois Partidos Comunistas do Brasil de caráter. libertário (1919) e do posterior Partido Comunista do Brasil, de caráter marxista-leninista (1922), o estudo dessas publicações torna possível a compreensão das formas com que parte da imprensa operária, característica do início do século XX e não oficial dos partidos recém formados, estruturou seu discurso político. Através desse estudo buscamos identificar as bases ideológicas que nortearam esse complexo processo de continuidades e. rupturas ideológicas fundamentais para o entendimento das primeiras iniciativas políticas desenvolvidas no interior dos mundos do trabalho no Brasil da Primeira República.

Este artigo expõe, a partir de tabelas, dados sobre violência na cidade do Rio de Janeiro de 1990 a 1994. O objetivo é buscar entender que aspectos estão relacionados à ascensão da violência entre 1993 e 1994. Além da centralidade da questão do tráfico de armas e drogas, outra conseqüência pode ser retirada do conjunto de dados que são apresentados: o tipo de criminalidade em expansão é capaz de captar recursos para investimentos criminais crescentemente perigosos, sobretudo em armamento e exige sofisticação técnica, formação de equipes, divisão de trabalho complexa, especializações, acesso a informações e meios contemporâneos de comunicação, organização de estruturas interestaduais e supranacionais de recepção e comercialização de mercadorias roubadas ou furtadas

Este ensaio é disparado pelos processos musicais que permeiam a jornada de trabalho de catadores de lixo em São Paulo. Neste cotidiano em meio ao lixo, estes abrem brecha para notas musicais, ritmos corridos e assobios melódicos. O objetivo desta pesquisa consiste em compreender, desta forma, o quê cantam estes trabalhadores, e a relação destes cantos com o cotidiano dos mesmos; quero, então, buscar um entendimento da música dentro do contexto urbano do lixo. Este ensaio, portanto, se trata de um estudo etnográfico sobre usos da música no ofício destes trabalhadores e seus desdobramentos no cotidiano destes. Há mais de um milhão de catadores no Brasil. Nas ruas de São Paulo, mais de vinte-cinco mil catadores de lixo reciclável sobrevivem à margem da cidade. Busco, neste trabalho, investigar o quê cantam e como cantam. Assim, contextualizando o fazer musical destes trabalhadores, proponho nesta pesquisa uma etnografia que busque diálogos entre a música, o silêncio e a corporalidade deles, pensando a música no trabalho destes catadores, e como o que cantam e contam diz sobre o que são socialmente.

Após constatar que as péssimas condições habitacionais, o encarecimento do preço da moradia e a segregação das classes e camadas sociais no espaço são três das principais marcas da urbanização brasileira, analisa a crise da habitação desmentindo a hipótese do déficit habitacional. Na primeira parte do trabalho fornece alguns elementos teóricos para a compreensão dos mecanismos econômicos que produzem e reproduzem a carência habitacional da população. Na segunda parte, ilustra o estudo com uma análise histórica do surgimento da crise da habitação no fim do século XIX e início do século XX na cidade do Rio de Janeiro.

Analisa diferentes formas do fenômeno urbano, refletindo sobre sua natureza, origem e transformação. Utilizando referências a cidades distintas, elabora uma definição de cidade a partir daquilo que lhes é comum e essencial. Examina, por fim, a cidade capitalista em sua origem, movimentos internos, conflitos e contradições. Apresenta, ainda, vasta indicação bibliográfica.

Examina o poder local no Brasil com ênfase no caso de São Paulo, objetivando fornecer idéias para a criação de um município capaz de se autotransformar econômica e socialmente. Esse tema, argumenta, está no centro do conjunto de transformações que envolvem a descentralização, a desburocratização e a participação, bem como as chamadas novas tecnologias urbanas.