Analisa a posição da esquerda brasileira com relação à questão populacional. A esquerda brasileira não somente rejeita as teorias malthusianas e neo-malthusianas, mas também até há pouco tempo rejeitava qualquer programa oficial de planejamento familiar. Desde a época colonial o problema demográfico brasileiro resumia-se ao subpovoamento. Somente a partir da década de 60 surge a controvérsia sobre o controle da natalidade. Ela foi motivada de um lado pelo rápido crescimento populacional e de outro pela pressão exercida pelo governo norte americano para que o Brasil adote programas de controle da natalidade. Entre os estudiosos progressistas, há vários que vêem vantagens numa população grande: ampliação do mercado interno, ocupação do território, defesa nacional etc. Um outro enfoque, não apenas da esquerda como também de outras tendências, sustenta que a fecundidade declinaria automaticamente com o desenvolvimento econômico e social. Uma posição que vem ganhando terreno nos setores progressistas é a de admitir a provisão, pelo Estado, de serviços de planejamento familiar, respeitando o direito de cada família de decidir sobre o número de filhos. Conclui que não há incoerência entre a teoria marxista e um programa oficial de planejamento familiar, sempre que este programa surja de uma ampla discussão entre os diferentes grupos sociais.
A Esquerda Brasileira e a Questão Populacional: uma abordagem crítica
Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Gondim, Linda Maria de Pontes
Título do periódico
Dados,
Volume
v.27, n.2
Ano de Publicação
1984
Local da Publicação
Rio de Janeiro
Palavras chave
brasileira
demografia
esquerda
populacional
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Brasil
Habilitado