A praça brasileira : trajetória de um espaço urbano - origem e modernidade

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Junia Marques Caldeira
Sexo
Mulher
Orientador
Maria Stella Martins Bresciani
Ano de Publicação
2007
Local da Publicação
Campinas
Programa
Programa de Pós Graduação em História
Instituição
UNICAMP
Idioma
Português
Palavras chave
Praças
Espaços públicos
Urbanização - História
Modernidade
Resumo

A presente tese tem como objetivo central investigar a trajetória da praça brasileira, importante elemento compositivo do espaço urbano, a partir da noção de espaço de uso coletivo. Nesse sentido, procurou-se compreender sua gênese no território brasileiro, tendo como ponto de partida a chegada dos portugueses e o processo de colonização implementado; suas transformações históricas, em sintonia com o desenvolvimento político da Nação; e, como ponto de ruptura, a divulgação dos princípios modernistas e a experiência de consolidação da cidade moderna brasileira, cristalizada na elaboração do Plano Piloto de Brasília. Essa investigação ocorreu segundo duas linhas de orientação: a primeira fundamentou-se no desenvolvimento dos espaços coletivos perante os processos urbanísticos ocorridos na civilização ocidental, em particular o desenvolvimento do capitalismo. Nesse sentido, a praça reflete uma forma de ocupação e apropriação do espaço própria da sociedade capitalista, e que independe da sua geografia; a segunda teve como fio condutor a trajetória da praça no Brasil, atrelada ao desenvolvimento dos processos urbanísticos no nosso território. Para entender a configuração da praça brasileira na sua modernidade, foi necessário compreender também a transformação da organização espacial no movimento moderno internacional, a partir do desenvolvimento teórico e prático da urbanística moderna e do próprio conceito de cidade. Essas duas linhas de orientação cruzaram-se, de forma incisiva, na transposição e divulgação desses princípios no Brasil, tendo como personagens principais o arquiteto Le Corbusier e o urbanista Lúcio Costa. Tratando-se de um tema multidisciplinar, na tese procurou-se estabelecer uma leitura do espaço, que, além de abordar o seu desenvolvimento formal como desenho, apresentou também sua trajetória do ponto de vista funcional, associado às principais mudanças no uso e na apropriação da praça, ao desenvolvimento do seu papel no contexto urbano, bem como ao seu caráter simbólico. A definição de modelos urbanos originou-se no encontro de princípios semelhantes estabelecidos ao longo dos processos urbanísticos ocorridos nas cidades brasileiras. Por fim, aborda-se qual conceito de praça aparece idealizado no projeto do Plano Piloto de Brasília, de autoria de Lúcio Costa, referência mundial de organização espacial modernista. Busca-se definir o papel da praça modernista mediante a criação de uma nova espacialidade urbana, configurada na organização da cidade setorizada. Para tanto, estuda-se o plano tendo como base as escalas urbanas definidas na proposta e a configuração espacial das diversas praças projetadas, identificando-se a vinculação desses espaços a modelos presentes na história do urbanismo brasileiro e, ao mesmo tempo, atestando a sua total ruptura com o conceito de espaço livre urbano.

 

Disciplina
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
(N/I)