Construído no bojo dos movimentos sociais urbanos por melhores condições de vida, o conceito do Direito à Cidade foi progressivamente ganhando expressão em termos conceituais e legais. Foi incluído na Constituição Federal por meio do instituto da Função Social da Cidade e da Propriedade. Do mesmo modo, o Direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado fez jus a um capítulo na Constituição, que o qualifica como bem de uso comum do povo. Direito à Cidade e ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado incidentes sobre um mesmo território - metrópoles com reduzidíssimas opções de assentamento de sua população mais pobre, determinam tensões e defesas apaixonadas entre objetivos e demandas relativos à habitação e política urbana e objetivos da área ambiental. Não é sem razão, já que o quadro observado é que os assentamentos populares, informais - favelas e loteamentos, se localizam majoritariamente justo nos lugares ambientalmente mais frágeis, "protegidos por lei", interditados à edificação, formalmente excluídos do mercado. Nesse contexto, a questão ambiental urbana é antes de tudo um problema de moradia e de política habitacional ou, mais precisamente, da falta ou insuficiência desta. A construção desse entendimento, de seu enquadramento teórico e das alternativas para enfrentá-lo, é o tema do presente trabalho. A tese proposta é que no Brasil urbano do século XXI as agendas ambiental e urbana precisam necessariamente dialogar, assumindo uma visão abrangente e mitigadora, face a um progressivo quadro de degradação não só ambiental, mas socioambiental. A base de sua construção é a pesquisa coordenada e orientada pela autora: Reparação de Dano e Ajustamento de Conduta em Matéria Urbanística, cujos produtos incorpora. Essa pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Programa em Políticas Públicas da FAPESP, em parceria com o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Urbanismo e Meio Ambiente do Ministério Público do Estado de São Paulo e co-parceria de Prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo. Abrange uma abordagem ampla da questão dos assentamentos irregulares, em áreas ambientalmente sensíveis, com seus diferentes níveis de vinculações estruturais, comprometimentos e entraves, bem como alternativas de enfrentamento.
Moradia social e meio ambiente: tensão e diálogo na metrópole
Tipo de material
Livre Docência
Autor Principal
MARTINS, Maria Lucia Refinetti Rodrigues
Sexo
Mulher
Ano de Publicação
2005
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Arquitetura
Instituição
USP
Idioma
Português
Palavras chave
Habitação
Meio ambiente
Políticas públicas
Mananciais (proteção)
Loteamentos
Resumo
Autor do Resumo
Autor
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Região
Região Metropolitana de São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
Século XXI
Localização Eletrônica
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