Identificação étnico-racial na voz de crianças em espaços de educação infantil

Tipo de material
Tese Doutorado
Autor Principal
Trinidad, Cristina Teodoro
Sexo
Mulher
Orientador
Davis, Cláudia Leme Ferreira
Ano de Publicação
2011
Local da Publicação
São Paulo
Programa
Psicologia da Educação
Instituição
PUC/SP
Página Inicial
1
Página Final
221
Idioma
Português
Palavras chave
identificação étnico-racial
educação infantil
crianças pré-escolares
sociologia da infância
Resumo

Este trabalho teve como objetivo verificar: 1) se e como as crianças em idade pré-escolar compreendem a identificação étnico-racial; 2) os critérios que empregam para tal; e 3) a forma por meio da qual essa identificação é explicitada. A pesquisa foi realizada em uma escola de educação infantil situada na zona oeste da cidade de São Paulo (SP-Brasil) e contou com o envolvimento de 33 crianças entre quatro e cinco anos de idade. O referencial teórico foi constituído com base em três abordagens: 1) as teorias acerca da identificação étnico-racial, em especial aquelas que consideram a raça uma construção social; a proposta sócio-histórica da Psicologia, com particular atenção às categorias sentido e significado ; e 3) a concepção proposta pela Sociologia da Infância, segundo a qual a criança é um ator social legítimo e de direito, que produz símbolos, representações e crenças que contribuem para suas próprias culturas. A revisão da literatura centrou-se, sobretudo, em autores norte-americanos, tendo em vista que, no Brasil, poucos são os estudos que tratam da identificação étnico-racial de crianças e adolescentes. Em termos metodológicos, optou-se pela abordagem etnográfica, e a coleta de dados pautou-se pelos seguintes procedimentos: observações participantes, conversas informais, contação de histórias pelas crianças e análise documental. Os resultados mostraram que crianças de pouca idade conhecem e empregam as categorias étnico-raciais; em suas brincadeiras e interações, não selecionam seus pares tendo como base a cor da pele; verbalizam, no entanto, o desejo de ter características associadas ao grupo de pessoas brancas, sendo o cabelo e a tonalidade da pele as mais mencionadas. Tudo isso aponta para o fato de que os sentidos e os significados dados a brancos e negros já foram apropriados pelas crianças. Em relação aos filhos de relacionamentos inter-raciais, notou-se que, quanto mais as crianças apresentam traços físicos que se aproximam dos atribuídos às pessoas negras, maior é o desejo de serem brancas. Os papéis sociais masculinos e femininos também foram devidamente apropriados e reproduzidos no cotidiano infantil, apontando ser necessário romper com a tendência de reproduzir e perpetuar a discriminação de gênero presente na sociedade. Averiguou-se, também, que a instituição de educação infantil e as famílias das crianças não consideram o preenchimento do quesito cor/raça (seja no Censo da População ou no Censo Escolar) necessário ou relevante, explicitando que desconhecem a importância de educar as crianças pequenas para reconhecerem a diversidade étnico-racial como algo a ser respeitado e positivamente valorizado

Disciplina
Referência Espacial
Zona
Zona Oeste
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
N/I
Localização Eletrônica
https://tede2.pucsp.br/handle/handle/15994