Bolhas especulativas de preço são definidas como um desvio entre o valor fundamental e o valor de mercado (BLANCHARD; WATSON, 1982). A literatura sobre o tema tem evidenciado a presença deste fenômeno em diversos tipos de ativos e mercados, tais como mercado imobiliário americano (MIKHED; ZEMCÍK, 2009), commodities (WENT; JIRASAKULDECH; EMEKTER, 2009), câmbio (LINTZ, 2004) e ouro (BLANCHARD; WATSON, 1982). Muito esforço tem sido dedicado a identificação de bolhas em índices de preços de ações, porém poucos são os trabalhos que empregaram como unidade de análise os ativos individuais que compõe tais mercados. No Brasil o fenômeno já foi identificado no principal índice de ações do país (MARTIN et al., 2004; GOMIDE, 2008; DE MEDEIROS; DAHER, 2008; FERNANDES, 2008; SILVA, 2009; NUNES; DA SILVA, 2009, MARTIN et al., 2009). Dos trabalhos realizados, apenas Martin et al. (2009) empregou como unidade de análise ações de empresa individual. Tendo por base este quadro teórico e partindo do pressuposto que bolhas especulativas estão presentes no mercado acionário brasileiro, este trabalho levanta o seguinte problema: Há evidências de existência de bolhas especulativas de preços em ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo? Para responder este problema o objetivo geral proposto foi o de verificar a existência de bolhas especulativas de preços em ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo. As análises econométricas foram realizadas em vinte e sete ações, a partir de observações semestrais para o período compreendido entre o primeiro semestre do ano de 1990 e o primeiro semestre do ano de 2010, com dados deflacionados pelo IPCA. A presença de bolhas foi identificada pela não cointegração de Johansen e/ou pela não causalidade no sentido de Granger entre o valor fundamental (dividendos e Juros sobre Capital Próprio) e o valor de mercado (cotação de fechamento semestral) dos ativos. Os principais achados revelaram ao nível de 5% de significância, a presença de bolhas em vinte das vinte e sete ações, sendo que das sete ações sem evidencias de bolhas, seis pertencem a instituições financeiras. Também foi encontrada em cinco ações, a causalidade de Granger no sentido do valor de mercado para o valor fundamental. Estes achados são consistentes com os trabalhos anteriores e podem ser mais úteis a investidores, instituições financeiras, acadêmicos, agentes de governo e operadores de mercado.
Existência de bolhas especulativas: evidências empíricas nos preços de ação de empresa individual negociada na Bolsa de Valores de São Paulo
Tipo de material
Dissertação Mestrado
Autor Principal
Thiago-Costa, Carol
Sexo
Mulher
Orientador
Vieira da Silva, Wesley
Ano de Publicação
2011
Local da Publicação
Paraná
Programa
ADMINISTRAÇÃO
Instituição
PUC/PR
Idioma
Português
Palavras chave
Brasil
Ações
Bolhas especulativas
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Cidade/Município
São Paulo
Macrorregião
Sudeste
Brasil
Habilitado
UF
São Paulo
Referência Temporal
2010
Localização Eletrônica
https://www.revistaespacios.com/a12v33n08/12330801.html