Redes de Movimentos Sociais: uma perspectiva para os anos 90

Como pensar a chamada crise dos movimentos sociais, que aparentemente deixaram a cena pública e perderam o relevante papel que pareceram reivindicar a partir dos anos 70? Procurá-los em tecidos movimentistas, mais ou menos visíveis, articulados a outras formas de participação e intervenção social como as ONGs e alguns setores do Estado parece ser uma perspectiva adequada aos anos 90. Articular sua presença capilar e mobilizadora da sociedade com uma capacidade técnica e política de ser propositivo e de participar de uma gestão democrática da sociedade parece ser o desafio a que talvez possam responder essas redes múltiplas e plurais. Apostar no papel das redes de movimentos sociais como lugar de elaboração de um projeto radicalmente democrático é o desafio maior face a outros papéis sendo propostos a ONGs, movimentos e intelectuais pelo projeto neo-liberal que emerge com força nestes anos 90.