Numa perspectiva histórica e jornalística, tenciona analisar o papel dos motins populares à 24 de agosto de 1954 no cenário político nacional, fruto das tentativas de construção de um imaginário político que legitimasse a ascensão e consolidação de Getúlio Vargas no poder, bem como das articulações da oposição para alijá-lo. A abordagem concentra-se, especialmente, na síntese deste imaginário através de articulações e mecanismos simbológicos legitimadores, segundo o autor, imprescindíveis ao exercício do poder. Afirma que, não exatamente, ou ainda, não unicamente o inesperado suicídio de Getúlio teria adiado por dez anos o golpe militar dado em 1964, mas também a inserção no contexto nacional de uma aglomeração popular de insatisfeitos, amargurados e questionadores que assustou a oposição que se preparava para assumir o poder. Conclui ter sido o acontecimento dos motins populares no dia em que a nação parou, um demostrativo da natural domesticação do operariado pelo presidente Vargas, fruto de uma sólida construção simbológica e representativa em torno de sua personalidade, algo que a desconstrução da oposição falhou em destruir.
O Carnaval da Tristeza: os motins urbanos de 24 de agosto
Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Ferreira, Jorge
Título do periódico
Vargas e a Crise dos Anos 50,
Volume
pp.61-96
Ano de Publicação
1994
Local da Publicação
Rio de Janeiro ^b Relume Dumará
Idioma
Português
Resumo
Disciplina
Método e Técnica de Pesquisa
Quantitativo
Referência Espacial
Cidade/Município
Rio de Janeiro
Brasil
Habilitado
UF
Rio de Janeiro
Referência Temporal
Agosto de 1954