A população constitui um elemento que deve ser considerado endogenamente em modelos de desenvolvimento econômico-social. Há dois tipos de problemas relacionados com a população: os referentes a sua taxa de crescimento, especialmente nos casos de crescimento rápido, como o Brasil, e os derivados das relações entre população e recursos econômicos. Entre os diferentes aspectos do problema do crescimento demográfico deve-se destacar, especialmente, a urbanização. A explosão urbana é evidente no Brasil, considerando-se que, no decênico 1960-1970, os aglomerados urbanos de mais de 100 mil habitantes cresceram a uma taxa anual de 6,3 por cento, enquanto a população total cresceu somente 2,86 por cento ao ano. Outro aspecto desfavorável do crescimento rápido da população é a questão da estrutura etária e do índice de dependência. A seletividade das correntes migratórias internacionais reduz o índice da dependência e aumenta, na população, o número de unidades produtivas por mil unidades de consumo. O pequeno volume deste tipo de migração faz com que a política demográfica brasileira repouse nos processos de mortalidade e natalidade e, particularmente, no eventual controle desta última. Somente o desenvolvimento econômico e social poderá modificar os critérios referentes as dimensões ideais da família brasileira, provocando o esperado declínio da fecundidade.
Demografia e Desenvolvimento Brasileiro
Tipo de Material
Artigo de Periódico
Autor Principal
Madeira, João Lyra
Título do periódico
Boletim Demográfico CBED,
Volume
v.5, n.4, abr./jun.
Ano de Publicação
1975
Local da Publicação
^c 1975
Idioma
Português
Resumo
Disciplina
Área Temática
Referência Espacial
Brasil
Habilitado
Referência Temporal
1960-1970