Movimentos Urbanos no Rio de Janeiro

Analisa os movimentos sociais no Rio de Janeiro, examinando três casos em particular: o processo de urbanização da favela de Brás de Pina; as tentativas de melhoria habitacional na favela de Morro Azul e a luta dos moradores no bairro do Catumbi contra um plano autoritário de renovação urbanística que procura, na realidade, disfarçar a especulação imobiliária. Discute o conceito de movimentos sociais urbanos (MSU) com seus significados e conseqüências, pretendendo atribuir à discussão um caráter antropológico de modo a iluminar certas áreas mal definidas nas abordagens sociológicas e políticas correntes. Conceitualmente, o livro se apóia - entre outros - na obra do sociólogo Manuel Castells, que identifica os MSUs com versões da luta de classes ligadas às particularidades fenomenológicas das cidades. O trabalho foi elaborado em três etapas: Explicitação da Hipótese; Teste da Hipótese; e Recuperação da Hipótese. A explicitação da hipótese corresponde à construção de um corpo teórico que permita esclarecer, tanto quanto possível, o objeto da pesquisa, utilizando para isso duas fontes principais: a discussão teórica com dois autores-chave - Borja e Lojkine -, além de Castells; e o próprio conhecimento empírico sobre o assunto. Usa também textos selecionados de Marx, Engels e de alguns teóricos da antropologia, em particular Swartz, Dumont, Geertz, Sahlins, Leach, Da Matta e Turner. O teste da hipótese foi realizado através de três estudos etnográficos: favelas de Brás de Pina e Morro Azul, e Bairro do Catumbi. E a Recuperação da Hipótese resulta da confrontação dos estudos etnográficos com o corpo teórico construído anteriormente, tentando comparar aquilo que dizem os diversos autores a quem recorreu, com os comportamentos registrados no campo.