Arte e estética

Baseado em resultados preliminares de uma pesquisa sobre o Centro Cultural Dragão do Mar - complexo de edificações em estilo pós-moderno, incluindo museus, cinemas, cine-teatro, planetário, anfiteatro etc., recentemente construído pelo governo estadual em Fortaleza - a comunicação discute a utilização do desenho urbano para promover imagens da cidade como um centro de lazer e de turismo, onde imperaria o conforto e a modernidade dos equipamentos urbanos, escamoteando problemas associados à pobreza, violência e exclusão social. Contudo, sendo as imagens elementos simbólicos que desempenham uma função integradora, não faz sentido avaliá-las simplesmente como verdadeiras ou falsas, certas ou erradas. Uma avaliação mais adequada é proposta por John Forester, utilizando a teoria da ação comunicativa de Habermas. Nessa perspectiva, pretende-se verificar como o Centro Cultural Dragão do Mar tem contribuído para a reprodução cultural, integração social e socialização, dimensões reproduzidas pela comunicação, na qual são levantadas pretensões de validade sobre: a verdade dos fatos considerados, a legitimidade do enunciado, do ponto de vista das normas sociais, e sua veracidade com relação às intenções do falante.

Este artigo pretende resgatar a contribuição dos parques infantis para o processo de urbanização de São Paulo. Previstos pelos reformadores sociais nas primeiras décadas do século 20 como uma forma branda de controle social, os parques foram posteriormente instituídos durante a gestão inovadora de Mário de Andrade no Departamento de Cultura da administração municipal paulistana. Descreve o caráter lúdico e pedagógico deste notável equipamento urbano, atualmente extinto, associado a uma ampla política cultural adotada pela municipalidade durante os anos de 1935-1938, como forma de inclusão da população trabalhadora. Resgata os objetivos e os paradigmas inspiradores desta tipologia arquitetônica, segundo a visão social de seus idealizadores induzidos pela necessidade de expandir lazer, cultura e padrões de higiene a uma classe trabalhadora em formação.

Os conceitos de monumento e patrimônio, essenciais na compreensão da experiência urbana, recebem novas leituras no contexto da modernidade. Neste aspecto, buscando construir laços entre passado e presente, memória e criação, os arquitetos modernos brasileiros sedimentaram a cidade da arte em Ouro Preto e Brasília. Contrapondo-se portanto à visão de Holston, a autora defende a construção da identidade nacional brasileira ancorada nos dois procedimentos: preservar e inaugurar.

Discute a preservação da memória urbana como forma de preservar também uma identidade cultural. A memória urbana é vista como um patrimônio de todos aqueles que vivem na cidade, um registro importante da história coletiva. A cidade do Rio de Janeiro é analisada como uma cidade símbolo do Brasil, que por isso mesmo sofreu diversas intervenções arbitrárias que descaracterizaram seu espaço público. O artigo discute essas intervenções e a utilidade delas, e defende a participação de todos como forma de preservar essa memória urbana.