Pesquisa Bibliográfica
- Futema, Jéssica Naomi
- Bisilliatgardet, JeanneA partir do estudo de caso do Movimento Popular de Vila Remo (zona sul de São Paulo), pretende analisar os vários problemas dos Movimentos de Habitação. Apresenta números precisos a respeito da situação habitacional, o custo da casa, dados sobre os papéis das mulheres no trabalho da construção e, na introdução, analisa alguns dos problemas ligados ao crescimento dos movimentos populares.
- Nakashigue, Katia LuliMutirões verticalizados em São Paulo: avaliação de qualidade dos projetos e satisfação dos moradores
Esta dissertação tem o objetivo de avaliar os empreendimentos habitacionais verticalizados de interesse social, resultantes dos projetos elaborados pelas assessorias técnicas, contratadas pelos movimentos de moradia, com a parceria dos órgãos públicos responsáveis pela fomentação de habitação popular na Região Metropolitana de São Paulo. São denominados Mutirões Verticalizados. A compreensão histórica e ideológica da verticalização das habitações sociais, da sua inserção e/ou espoliação no espaço da cidade e das políticas de mutirão existentes na Região Metropolitana de São Paulo, pretende subsidiar uma reflexão a cerca dos resultados da ocupação dos projetos que tem como principal característica o acompanhamento dos futuros moradores em todas as etapas da construção. Através da APO- Avaliação de Pós-Ocupação, aplicada em alguns mutirões verticalizados, localizados em vários pontos da Região Metropolitana de São Paulo, podemos apontar indicadores do desempenho da aferição de satisfação dos usuários, e as principais causas que levam aos mutirantes quererem repassar ou ficarem em sua atual moradia. Essa pesquisa visa contribuir para o aprimoramento de programas de processos de projeto e da produção dos conjuntos habitacionais, na busca de uma melhor qualidade de vida aos moradores desses conjuntos.
- Ceva, Roberta Lana de Alencastre
- Reis, Letícia Vidor de Sousa
- Damiani, Amélia Luisa
- Oliveira, Vanessa Florencio de
A pesquisa tem como objetivo entender as implicações do processo de transição capilar para mulheres negras. Qual foi a experiência das mulheres negras ao experimentar sua corporeidade de forma positiva, uma vez que suas vivências são marcadas pelas violências raciais? Para um maior entendimento, mobilizamos o aporte teórico oferecido pelo feminismo negro, além de entrevistar quatro mulheres negras com base nos estudos de história oral do sociólogo Michael Pollak (1982). A historiadora Beatriz do Nascimento (1989) nos oferece ferramentas conceituais para pensar a mulher negra desde a sua travessia violenta pelo Atlântico. Também abordamos a primeira Marcha do Orgulho Crespo de São Paulo como um movimento social.
Na pesquisa, a transição capilar aparece como um tipo de agenciamento infrapolítico, uma das formas que as mulheres negras encontraram para não serem totalmente submetidas ao discurso do colonizador. Ainda que as opressões sofridas por essas mulheres não se encerrem nesta tensão, a transição capilar evidencia a busca por uma imagem positiva da estética negra, há séculos multifacetada pelas violências coloniais.
- Faustino Coelho, Ruan Vinicius
Esta dissertação se situa na problemática antropológica das migrações. Nesse sentido, busco dar conta de um tipo particular de fluxos migratórios: o de chineses que se mudaram para o Brasil, em particular para o estado de São Paulo. Assim, tenho com objeto da pesquisa, dois grupos familiares chineses: um vindo de uma região costeira da China e que hoje está estabelecido na cidade de Francisco Morato; e outro de origem Taiwanesa, que reside na capital paulista. Por meio do estudo dessas famílias busco pensar os desdobramentos dessa imigração em relação à constituição e possível remodelação da rede familiar e das relações desses imigrantes em contexto centrais e periféricos região da grande São Paulo. Além disso, busco entender as próprias dinâmicas das relações, pensando as representações e reconhecimentos no modo de constituição das diferenças enquanto imigrantes, no sentido de responder à pergunta: como configuram as apreensões de si, enquanto imigrantes e o próprio processo de redefinição de suas trajetórias. Assim, aponto para um caminho que revela as dinâmicas de produção de novas dimensões de ser chineses, trazida à tona pela própria mobilidade, e seus olhares sobre o que é ser da China.
- Cruz, Heloísa de Faria
- Gonçalves, Maria da Conceição Gomes
- Dias, Márcia Ribeiro
- Antonaz, Diana
- Augusto Moraes Ribeiro, Alan
A partir de uma pesquisa organizada para a elaboração de dissertação de mestrado sobre a relação entre cotidiano escolar, processos identitários e discriminação racial, este artigo identifica e propõe uma classificação dos modos de circulação urbana e modalidades de vivência e interação social em locais comerciais, espaços residenciais e em vias públicas do Guamá, bairro da periferia (ou baixada) de Belém, no Pará, entre estudantes de duas escolas do bairro, indicando sutis distinções de classe, raça e gênero na vivência desta circulação. Assim, o tom ensaístico do artigo se preocupa em destacar a direta associação entre escola e lazer, para alguns grupos de estudantes e um processo de vida escolar agendada para outros grupos, destacando o modo como as demandas pedagógicas se fazem presentes na vida fora da escola.
- Jaccoud, Luciana de Barros
- Martins, Marianne Lima
Trazemos aqui o debate a cerca da intensificação do trabalho e seu impacto na saúde dos/as trabalhadores/as, no atual período do modo de produção capitalista. Observamos o aumento da intensidade do labor em seus aspectos micro e macrossociais, considerando as transformações nas condições de trabalho de um determinado ramo de atividade econômica. Tendo bancos públicos federais como campo de observação, buscamos compreender: a) a relação entre a elevação da intensidade laboral e as mudanças nas condições de emprego dos bancários; b) os mecanismos patronais adotados para intensificar o trabalho; e c) o impacto do trabalho intenso sobre a saúde dessa categoria, considerando certas particularidades de gênero que aqui se inscrevem. Na metodologia, utilizamos pesquisa bibliográfica, entrevistas individuais, observação-participante e dos locais de trabalho. Podemos verificar o aprofundamento da exploração dos/as bancários/as na tendência de generalização das terceirizações no setor de atendimento, ao lado de drásticos enxugamentos de quadros das empresas; e também e na sobrelevação dos esforços físico, cognitivo e emocional dos trabalhadores decorrente das práticas patronais usadas para intensificar o trabalho (gestão por metas, extensão da jornada de trabalho, acúmulo de tarefas, aceleração do ritmo da atividade, polivalência e versatilidade). Observamos elementos patogênicos do trabalho intenso em diferentes níveis de desgaste dos/as trabalhadores/as, que se expressaram nas manifestações de fadiga crônica, esgotamento, adoecimento mental e abuso de drogas psicoativas, identificando-se também riscos de morte por sobretrabalho (karojisatsu e karoshi). Considerando a crescente participação feminina neste ramo de atividade, no aperfeiçoamento da exploração dos trabalhadores e elevação da intensidade do labor, verificamos o apelo às emoções e uso de estereótipos de gênero assinalando às mulheres situações de constrangimento e humilhação no trabalho, aumentando a sobrecarga laboral, com graves consequências à saúde das trabalhadoras. Nota-se, por fim, a insuficiência das estratégias das direções sindicais frente às demandas que emergem dos locais de trabalho de transformação dessa realidade e melhora nas condições de vida e trabalho.
- da Silva, Isabel Clara Ferreira Moreira
- Magnani, José Guilherme CantorNa metrópole é uma coletânea de oito ensaios antropológicos sobre a cidade de São Paulo, reunindo diferentes autores que foram orientados por professor José Guilherme Magnani. Fruto das atividades do Núcleo de Antropologia Urbana da USP, as pesquisas cobrem uma grande diversidade de temas, que se articulam em torno da questão do lazer e da religião enquanto modos de apropriação do espaço urbano e criação de formas de sociabilidade. Os textos nos convidam a redescobrir uma cidade que muitas vezes permanece oculta ao olhar viciado pelas rotinas do cotidiano. A antropologia urbana revela-se assim como um instrumento que permite tornar estranho o familiar, de modo a que possamos voltar a nos admirar com o que antes nos parecia habitual.
- Barbosa, Eliete Edwiges
Esta pesquisa trata do ativismo de mulheres como lideranças de movimentos sociais, levando-se em conta as suas semelhanças e diferenças em função das suas condições étnicas (negras e não negras), tempo de militância e tipo de movimento social. Para esta análise, foi utilizado o conceito de minorias ativas de S. Moscovici, que considera que, ao lado de mecanismos de conformação social, existem também processos de contestação de valores. Os movimentos sociais são vistos, assim, como espaços de contestação e suas lideranças como minorias ativas. Além deste referencial teórico, foi feita uma contextualização do movimento feminista no Brasil, enfatizando as contradições internas em função da questão étnica negra.
- Scarpim, Fábio Augusto
O presente artigo tem como eixo central a análise das práticas de nomeação em um grupo de imigrantes e descendentes de italianos no município de Campo largo, Paraná, no final do século XIX e início do XX. O objetivo deste artigo é entender como se processaram as práticas de transmissão de nomes de batismo no interior do grupo, analisando a frequência dos prenomes dados a meninos e meninas no decorrer de cinquenta anos. A análise da frequência dos prenomes masculinos e femininos no interior do grupo foi realizada a partir dos registros paroquiais (atas de batismo, casamentos e óbitos) sistematizados pela metodologia de reconstituição de famílias, oriunda da demografia histórica.
- Mafra, ClaraEstuda uma das manifestações mais expressivas do pentecostalismo brasileiro, a Igreja Universal do Reino de Deus, e sua exportação para outros países, especialmente Portugal. Cada capítulo aborda um aspecto da questão: a emergência do neopetecostalismo no Brasil da abertura e em processo de democratização; a entrada da IURD em Portugal e suas estratégias de adaptação num contexto católico conservador; a descrição geral das organizações pentecostais com capacidade de circulação transnacional, a conversão pentecostal como um gênero narrativo que abarca a experiência do homem comum; o sistema ritual da Universal e a especificidade da mediação exercida por seus pastores; e, finalmente, a busca de um perfil dos participantes dessa nova forma de religiosidade.