Pesquisa Bibliográfica

  • Carneiro, José Mario Brasiliense
    Quando os municípios serão, de fato, parte da Federação?A resposta não é simples e tende a se desviar de um curso de efetiva solução quando o debate se resume ao problema-oxalá cada vez mais pontual-da craição precipitada de municípios e dos focos de corrupção em prefeituras controladas por interesses privados existentes em todo o país.O problema fica também insolúvel quando a questão se reduz a aspetcos de ordem tributária.Nesta perspectiva a questão federativa, à primeira vista, parece resumir-se a uma luta cega entre aqueles que querem morder uma maior fatia do enorme bolo tributário nacional.Trata-se do antigo problema brasileiro: a falta quase absoluta de clareza na distribuição das competências e responsabilidades na gestão da ciosa pública.Não resta dúvida que a regulamentação do artigo 23 da Constituição de 1988 será fundamental para a integração efetiva do município como ente federal autônomo.
  • Leser, Walter
    Estuda os eventuais relacionamentos entre as taxas de crescimento populacional positivas e negativas dos municípios e regiões do Estado de São Paulo, nas décadas de 1960-1970 e 1970-1980, com a composição em termos de sexo e idade, de suas populações. Utiliza dados do IBGE, da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo e da Coordenadoria de Saúde Mental da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
  • Lemos, João G. de
    Traça uma comparação entre a atual Constituição e as anteriores, no que diz respeito aos municípios e às regiões metropolitanas, destacando a importância da participação popular durante a elaboração da nova Carta Magna. Procede, ainda que superficialmente, a uma análise dos municípios baseada numa pequena resenha histórica. Conclui reconhecendo o fortalecimento dos municípios, mas alertando para o fato de que a consolidação da autonomia municipal ainda depende de luta para tornar-se efetiva.
  • Abreu, Antônio Izaías da Costa
  • Campos, Luís Henrique Romani de

    A recente contagem populacional elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levanta a possibilidade de se ampliar a discussão da dinâmica populacional nos municípios do Nordeste. O Nordeste sempre foi uma região que exportou população para outras partes do Brasil, mas tem recebido recentemente fortes fluxos migratórios de retorno. Neste artigo o crescimento populacional é entendido como proxy da migração. São apresentados modelos que utilizam a econometria espacial para investigar a influência do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), da densidade populacional e do grau de urbanização sobre a migração. Em virtude do pequeno grau de ajustamento encontrado também é aplicado teste LISA (Local Indicator of Spatial Association) univariado para destacar quais são os polos que estão atraindo população. Foram identificados 12 polos no Nordeste. A análise da dinâmica econômica destes polos mostrou que existe coincidência em grande parte com os principais Arranjos Produtivos Locais (APLs) da região.
     

  • Semeghini, Ulysses Cidade
  • Bezerra, Marcos Otavio
  • Alexis Cortes

    How do popular communities self-represent and engage in resistance against unfavorable situations? This chapter explores the relationship between visual artistic experiences of popular sectors, their disputes in and about the community, and the possibilities of activating imaginaries of community resistance. In so doing, it draws on two experiences: the political muralism of the población (shantytown) La Victoria in Santiago de Chile, an emblematic neighborhood known for its organized takeover of land (1957) and for its resistance against the Chilean dictatorship (1973-1989); and the murals and graffiti produced by the inhabitants of the Favela Santa Marta, the shantytown-laboratory of the pacification process (2008) that preceded the sports mega-events in Rio de Janeiro. We highlight how both neighborhoods are exemplars in terms of their paths of struggle, and in terms of being epicenters for popular occupation strategies that have been fundamental for the configuration of both cities. Muralism, in this way, appears not only as an indigenous form of expression of and by the community, but also as an aesthetic space or form that reflects ongoing disputes about what should be portrayed as reflecting that community.

  • Flanzer, Vivian
  • Ruy, Aline Tessarolo

    A palavra “museificação” tem sido utilizada em reflexões de diversos campos disciplinares. Trata-se de concepção ainda pouco discutida, carente de clareza epistemológica. Assim, este artigo apresenta uma abordagem conceitual dedicada ao entendimento do processo de museificação, buscando embasamento para formular sua definição e viabilizar análises territoriais. Configura-se como pesquisa qualitativa, com estudo de caso no qual oito processos próprios da museificação, identificados na fundamentação conceitual, são usados na análise do Circuito Caravaggio (Santa Teresa, ES, Brasil). O resultado demonstra a vinculação real entre a museificação do território e os roteiros culturais.

  • Kreidloro, Claudia Aparecida
    Este trabalho problematiza a História do Museu da Cidade de Salto, cidade do interior do Estado de São Paulo, desde a sua instalação em dezembro de
    1991, até o ano de 2005, quando o poder municipal demonstrou interesse em modificar a concepção original do Museu, direcionando-o a outra leitura da história da cidade, passando
    pelo potencial educacional do Museu e os vários temas por ele abordado como, a industrialização, a imigração italiana, a formação polí­tico-administrativa do município e
    a organização cultural. O trabalho aborda também o método de trabalho utilizado para a instalação do Museu, as politicas públicas do município e as suas implicações a respeito
    das representações culturais eleitas para compor a exposição do Museu da Cidade de Salto.
  • Mafra, Priscila Zanganato

    Essa pesquisa foi desenvolvida partindo da minha inquietação em investigar as inter-relações entre Educação, Arte, Cultura e Tecnologia nos espaços que vão além do universo da sala de aula. Investigo as transformações na instituição museu até os Museus Interativos e descrevo, brevemente, o Museu do Futebol e o Museu Catavento. Porém, o foco desse estudo deu-se na investigação no Museu da Língua Portuguesa. Será ele um mediador cultural através de seus ambientes digitais e da relação interativa com o público? Qual a reação dos visitantes ao se depararem com o Museu da Língua Portuguesa e seus ambientes digitais? E o que as reações frente ao MLP geram nos visitantes? Para responder tais questões, partindo do método etnográfico, realizei pesquisa de campo para observações dos ambientes e dos visitantes, entrevistas com profissionais do Museu, e participei de diferentes ações educativas promovidas pelo MLP. Também acompanhei o MLP no ciberespaço, pelo seu website e nas redes sociais. Os registros foram feitos a partir da linguagem de palavras e de imagens, analisados, classificados e interpretados a partir dos referenciais teóricos estudados sobre o uso e reflexão da língua portuguesa, a interatividade e a mediação cultural nos ambientes digitais.

  • Araújo, Helena Maria Marques de

    A pesquisa entrelaça memória, espaços educativos não formais e identidade. O objetivo central é analisar a dimensão educativa do Museu da Maré no Rio de Janeiro e suas possibilidades de contribuição para o fortalecimento identitário de grupos populares através da valorização e ressignificação da história e da construção das memórias locais. Abordo o conceito, os pressupostos teóricos e desafios dos museus comunitários como espaços educativos não formais, enfocando como estudo de caso o Museu da Maré. Os museus comunitários e ecomuseus emergem no Rio de Janeiro com o Ecomuseu de Santa Cruz em 1983, porém ganham visibilidade com o Museu da Maré a partir de 2006, por ser este o primeiro museu de favela no Brasil criado pela própria comunidade. O quadro teórico baseou-se para o conceito de memória, principalmente em Paul Ricoeur, Jacques Le Goff e Beatriz Sarlo. Para o de identidade utilizamos Stuart Hall, Manuel Castells, Vera Maria Candau e Tomaz Tadeu da Silva. Para espaços educativos não formais privilegiei Maria Glória Gohn, Jaume Trilla e Elie Ganem. Por fim, para os conceitos da Nova Museologia, museu comunitário e ecomuseu me apoiei basicamente em Mário Chagas e Hugue de Varine. De inspiração etnográfica, meu caminho metodológico baseou-se na história oral. Na pesquisa de campo utilizou-se três tipos de aproximações ao objeto de estudo: observação de diferentes atividades desenvolvidas no Museu e de diversos ambientes da comunidade em geral, entrevistas semi-estruturadas feitas aos pescadores da Maré e aos diretores e funcionários do Museu da Maré e análise dos Livros institucionais do Museu, a saber: o Livro de Assinaturas e o Livro de Depoimentos dos visitantes. Como uma das principais conclusões de minha pesquisa sobre a dimensão educativa do Museu da Maré posso afirmar que me deparei de fato com um Museu que tem significado para a região da Maré e dialoga com a cidade, o país e outros lugares, embora não represente totalmente todas as suas comunidades. No entanto, ele se fez comunitário, na medida em que foi criado e tem a participação cotidiana do movimento social e da comunidade local de seu entorno. Além disso, o fato do Museu da Maré apresentar uma linguagem museográfica que suscita referências da história local e permite que seus visitantes reflitam sobre as mesmas, se emocionem e construam memórias locais possibilitando através das mesmas um fortalecimento identitário, torna especialmente evidente e significativa sua dimensão educativa. Por fim, o Museu da Maré gera visões “de nós e dos outros” estabelecendo um jogo sutil e constante entre identidades e alteridades em suas memórias construídas e histórias narradas.

  • Moraes, Camila Maria dos Santos

    Esta dissertação versa sobre o Museu de Favela (MUF), organização não-governamental fundada em 2008 durante as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas favelas do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. As principais propostas do MUF são a patrimonialização da favela/seus elementos culturais, bem como o desenvolvimento turístico dessas favelas. A partir de um trabalho de campo, do tipo observação participante junto à diretoria do MUF, analiso a construção de sua proposta de turismo em oposição à favela da Rocinha, caso emblemático do turismo em favelas. Mostro a presença de duas ideias de turismo a propósito do caso estudado: o que chamo de turismo vilão, representado pelo contexto da Rocinha na visão dos promotores do MUF; e o que chamo de turismo solução, representado na mesma visão pelo turismo organizado pelos moradores para benefício da população local e solução dos problemas das favelas. Analiso ainda a proposta do MUF, sua organização como ONG e seus diretores. Por fim, focalizo o Museu de Favela e o Estado como atores sociais básicos envolvidos na questão analisada, mostrando como turismo e patrimônio aparecem como ferramentas para ambas as instituições, que guardam semelhanças e diferenças no que se refere a dois processos em andamento nas favelas do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo: o processo de patrimonialização e o processo de turismização.

  • Motta, Renata Vieira da

    A presente pesquisa debruça-se sobre o conjunto de treze museus públicos brasileiros, das regiões nordeste, centro-oeste, sul e sudeste do pais, que se denominam museus de arte contemporânea (MAC). A tese apresenta o impasse da tipologia MAC como modelo institucional, não apenas na patrimonialização de acervos artísticos contemporâneos, mas principalmente no papel cultural desempenhado na sociedade brasileira. Uma vez que a cultura é elemento essencial do próprio processo de reprodução material da sociedade e os museus devem participar física e ativamente do mundo exterior, visando a apropriação da instituição pelos cidadãos, o impasse institucional apontado pela pesquisa é discutido a partir da relação museu-cidade. As transformações urbanas e os discursos identitários, continuamente reelaborados nas cidades hoje, são elementos importantes para a qualificação da análise e do debate em torno dos museus de arte contemporânea na atualidade.

  • Lilian de Almeida Silva
    Esse trabalho propõe uma discussão sobre o papel dos museus e da atividade turística como instrumentos de inclusão social de grupos até então marginalizados dos processos de representação, reconhecimento e reivindicação de seus “direitos culturais”. A partir da construção e uso do conceito de “cidadania cultural” nas Políticas Públicas de Cultura no Brasil, e da análise das atividades desenvolvidas pelo MUF – Museu de Favela junto à população dos morros do Cantagalo-Pavão-Pavãozinho na cidade do Rio de Janeiro, este trabalho oferece alguns dados à discussão sobre os processos de musealização de memórias periféricas e inserção de localidades tidas como marginais aos roteiros de turismo. Transformando-se, efetivamente, em arenas de negociação de cidadania e direitos culturais, entendidos como espaços de direitos à participação, informação, fruição, reconhecimento, produção e visibilidade cultural
  • Petrella, Yara Ligia Mello Moreira

    Esta tese se refere ao estudo do edifício do Museu Paulista, identificando as características da técnica construtiva tradicional de alvenarias, quanto ao sistema estrutural e os materiais empregados. Descreve as circunstâncias históricas, a evolução do emprego da taipa para o emprego do tijolo, e a inserção do edifício do Museu Paulista na cidade de São Paulo em meados do século XIX. Analisa as características que diferenciam um edifício histórico de um edifício moderno relativo às soluções estruturais e a natureza dos materiais. O sistema estrutural tem como elementos principais paredes e pés-direitos, arcos e abóbadas, colunas e pilastras, pisos de assoalho e abobadilha, e fundações. Os materiais são analisados quanto à presença de umidade constante, devido à inexistência de impermeabilização das fundações, a presença de sais solúveis, a porosidade dos materiais, a presença de microrganismos, e a relação com o tipo de tinta utilizada na pintura. Através do levantamento do histórico das intervenções, verifica-se que entre elas há aquelas que causaram danos ao edifício, pelo fato de não considerar as características específicas que o definem. Através de ensaios exploratórios, se reconstitui os traços das argamassas e identificam processos de danos.

  • Kaseker, Davidson Panis

    O escopo da pesquisa é formular diretrizes para o processo de musealização na gestão do patrimônio cultural, a partir de uma visão que integra os conceitos de museu, território e desenvolvimento, embasado no viés da interdisciplinaridade e no princípio da interação participativa. Com base na trajetória do museu de território, desde quando surgiu no final do XIX, abrindo caminho para o ecomuseu, na década de 1970, criado sob a égide da Nova Museologia, serão abordadas as diversas modalidades que esta tipologia assume e o seu enraizamento na sociedade contemporânea. No Brasil de hoje, segmentos sociais marginalizados, alguns deles praticamente “invisíveis”, estão reinventando o conceito de ecomuseu. São concebidos como reação à desterritorialização. Surgem nas favelas e nos bairros periféricos das regiões metropolitanas, no interior do país e em aldeias indígenas. Estão atrelados às lutas pela cidadania, pela terra, pelo direito de minorias, pelo reconhecimento das culturas marginais. Como estudo de caso, as diretrizes metodológicas da musealização territorial serão desenvolvidas visando sua aplicação no município de Itapeva (SP). Nesse sentido, a pesquisa se enquadra em um dos objetivos estratégicos do ProjPar, que é o da valorização e instrumentalização das comunidades com relação às possibilidades de reverter o quadro de desconhecimento e consequente subutilização de seu patrimônio cultural em benefício do desenvolvimento local, atendo-se ao princípio da sustentabilidade.

  • Santos, Myrian Sepúlveda dos
    Os estudos sobre museus multiplicaram-se na última década. Os museus há muito deixaram de ser objeto de historiadores da arte, passando a interessar cientistas sociais, que os percebem como uma das instituições centrais da modernidade. No Brasil, observamos, na última década, uma série de estudos importantes que nos fornecem análises instigantes sobre a constituição dos museus no século XIX, sua relação com as instituições acadêmicas e seu papel na constituição da nação. O objetivo deste artigo é ampliar este campo de investigação. Para isso, analisam-se práticas, estruturas, políticas culturais e processos presentes entre os museus brasileiros, tendo em vista as transformações por que passa a sociedade brasileira e sua relação com contextos transnacionais.
  • Almeida, Adriana Mortara

    Essa tese trata do perfil dos museus universitários - sua origem, desenvolvimento e perfil atual -, com ênfase nos museus de arte. Procura definir o que seria um museu universitário modelo e busca identificar o quanto desse modelo existe na prática. Descreve a formação e as características dos museus da Universidade de São Paulo e de outros museus universitários de arte no Brasil. Analisa a coleção e o museu de arte da Universidade de São Paulo - coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros e Museu de Arte Contemporânea - diante do modelo proposto para museus universitários. Finalmente, discute a necessidade da Universidade de São Paulo possuir ou não essas coleções de arte.