Pesquisa Bibliográfica

Silenciosa e rapidamente pelo território nacional, o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) passaram a ser atores conhecidos em cidades grandes, médias, pequenas, nas zonas rurais, nos presídios e nas cenas marginais de todo o país. Em alguns casos, grupos estabelecidos nos mercados ilegais locais foram forçados a se faccionalizar para resistir às investidas dos criminosos concorrentes. Mas, na grande maioria dos estados do Brasil, a pequena criminalidade das cidades médias e dos interiores, que a literatura costumava tratar nos termos da delinquência ou do desvio, foi de alguma forma transformada pelas redes faccionais.

Mudanças na dinâmica social, política e econômica da sociedade sempre são acompanhadas de transformações na apropriação do território, provocando novas formas de organização societária. Desde a “era das revoluções” (1789-1848), contudo, o ritmo das mudanças se acelerou e o processo de urbanização se intensificou. Como resultado, reformas urbanas, no sentido de obras públicas, tornaram-se mais frequentes. O Rio de Janeiro vem experimentando um desses períodos de transformações desde o final da primeira década do século XXI. São mudanças com peculiaridades significativas, trazidas para serem discutidas neste livro.

No artigo, inicialmente relativiza-se a questão do aprimoramento ds governos e da gestão pública em nível municipal, em face do pressuposto de que na valorização do nível local estaria um eixo fundamental para o aperfeiçoamento ou reconstrução da democracia, assim como para conquista de maior qualidade e eficiência da administração pública.Em seguida, faz-se a apreciação crítica da tese oposta, segudo a qual os municípios e as localidades sõa o reino do desperdício, da despolitização, da desqualificação, da ineficiência, assim como da corrupção.Em terceiro lugar, mostra-se um exemplo bem sucedido de uma boa prática de gestão municipal, mais especificamente de gestão pessoal, na prefeitura do município paulista de Jacareí.O exemplo não e sem importância; é ao contrário extremamente relevante, por concernir ao tratamento concedido aos trabalhadores públicos: os responsáveis diretos pela prestação de serviços à coletividade.

A pesquisa aborda o uso dos recursos hídricos na Região Metropolitana de São Paulo, em especial, aquele destinado ao abastecimento público que se encontra comprometido tanto pela ocupação, quanto pela sobreposição de outros usos incompatíveis com a manutenção de sua qualidade e quantidade. O objetivo geral consiste em interpretar o papel que o sistema de gestão de recursos hídricos tem a desempenhar na solução dos problemas relativos ao uso da água, em um ambiente tão complexo quanto a área urbanizada da metrópole paulistana, em que tal sistema de gestão passa a ter uma feição especial no que tange à gestão dos mananciais Embora a legislação assegure em seus fundamentos o uso múltiplo da água, priorizando, em situação de escassez, o consumo humano e a dessedentação de animais, ocorrem desequilíbrios no sistema. Há, certamente, uma apropriação contraditória dos recursos naturais em uma grande metrópole, gerando conflitos de uso que possuem, antes de tudo, raízes sociais. Por isso, antes de ser um problema de solução eminentemente técnica, a abordagem considera principalmente o aspecto social e espacial da questão. Nesse sentido, a pesquisa propõe investigar a ocorrência desses conflitos a partir de suas raízes a fim de iluminar as suas formas de manifestação e avaliar os instrumentos utilizados para a gestão em uma sociedade que formula para si mesma uma imagem democrática.

O presente trabalho procura investigar, a partir da experiência prática de trabalhadores da construção civil, a origem de seus conhecimentos, considerando que estes podem ser passíveis de uma aplicação maior no setor construtivo, uma vez constada a existência de princípios válidos e generalizáveis na experiência profissional. A pesquisa pretende, assim, apresentar um quadro geral de uma população que se ocupa da construção de moradias de padrão médio, na região de Curitiba. Foram consultados ao todo oito profissionais. São apresentadas inicialmente algumas considerações teóricas referentes à evolução dos conhecimentos científico e tácito e, em seguida, a metodologia adotada para a realização de entrevistas, a pesquisa de campo propriamente dita e os resultados obtidos por meio desta.

As transformações no espaço urbano, especialmente das áreas centrais, nas últimas décadas, podem ser explicadas, entre outras razões, pelos processos de abandono gerado pelas elites e consequentemente pela desvalorização fundiária e imobiliária da região. Em São Paulo, a popularização relativa dos serviços e do comércio caracteriza a atual paisagem do centro da cidade. Contudo, na última década (2000-2010) assistimos ao início de um processo de reversão do esvaziamento populacional do centro, que havia predominado em décadas anteriores. Durante esse mesmo período, alguns programas e projetos de intervenção urbana foram implementados na região central de São Paulo, ora apresentando estratégias de requalificação urbana, através da implementação de programas de moradia social, ora utilizando estratégias de atração de investidores e agentes do mercado imobiliário, residencial e comercial, em um processo de renovação urbana. Este trabalho objetiva analisar a produção imobiliária e as transformações do perfil populacional do centro de São Paulo, nas décadas de 1990 e 2000, buscando-se identificar as tendências de processos de gentrificação ou popularização em diferentes distritos. Além da revisão bibliográfica e levantamento documental, foram realizados levantamentos e análises de dados de fontes secundárias de órgãos públicos e privados e foram conduzidas entrevistas com atores-chave dos processos em questão: técnicos e gestores, lideranças de movimentos sociais e de ONG's, acadêmicos e moradores. Além disso, foram realizadas diversas visitas de campo, bem como registro fotográfico. Entre os distritos pesquisados, a Mooca, concentrou grande parte da produção nas duas décadas analisadas, enquanto que, distritos como Sé e República, apresentaram uma produção quase insignificante. Em relação ao perfil da população moradora do centro, realizamos um levantamento comparativo entre 2000 e 2010, de modo que notamos uma variação em muitos distritos. A análise da atração recente de novos investimentos privados, após um significativo período histórico de desinvestimentos, pode revelar prováveis tendências de apropriação do espaço, bem como, reforçar a hipótese de existência de um processo de gentrificação em porções do centro de São Paulo.

Esta pesquisa visa desenvolver uma reflexão crítica a respeito das formas de apropriação atuais e desejáveis nos moldes de um uso democrático e socialmente justo dos espaços públicos na área central de São Paulo, dentro do contexto de re-apropriação da área por diferentes atores sociais.

Os problemas que São Paulo enfrenta com o abastecimento de águas são tão antigos quanto a cidade. Tornaram-se, todavia, mais complexos, concomitante ao seu crescimento e as intervenções decisivas feitas na bacia do Alto Tietê. Este trabalho objetivo identificar as conseqüências do processo de apropriação dos rios dessa bacia para o abastecimento populacional de água na RMSP. Todo o estudo é voltado para explicar os problemas do abastecimento, mas não há como fazê-lo sem um prévio conhecimento. Assim, antes, buscou-se esclarecer alguns conceitos; relacionar água e espaço urbano; caracterizar a rede hidrográfica pertinente; e definir o caráter do processo de apropriação dos rios. Somente depois enfatizou-se a questão do abastecimento nos últimos vinte anos como resultado do processo de apropriação da bacia do Alto Tietê no passado e no presente, quando o consumidor industrial e a poluição vêm contribuir para a elucidação do objetivo proposto.

O presente artigo reproduz aproximadamente uma apresentação feita pelo autor como participante da mesa-redonda A Urbanização do Litoral: Formas de Apropriação do Território organizada pela Anpur na 62ª Reunião Anual da SBPC, realizada em 2010, em Natal, RN. Assim como no caso da exposição, o propósito deste texto é o de fazer provocações acercada influência (gritante) das grandes corporações no processo de (re)ordenamento do território brasileiro e enfatizar o papel (até aqui acessório) das políticas públicas nesse processo. Visando dar foco a tais provocações, é analisado o caso da zona costeira do estado do Rio de Janeiro, mais especificamente o trecho sob a influência do Porto de Itaguaí, localizado na baía de Sepetiba.

Este trabalho discute a ocorrência de brownfields no município de Americana - SP, decorrentes da crise da indústria têxtil, refletindo sobre as novas relações produtivas no período de Globalização. Analisa as novas formas espaciais geradas a partir da abertura comercial na década de 1990, onde a competitividade e a conseqüente reestruturação produtiva proporcionaram uma nova relação sócio-espacial. Avalia as possibilidades de revalorização dos brownfields e seus elos com o Desenvolvimento Local.

Examina as formas de apropriação social do espaço urbano de uso público, analisando comparativamente, áreas de diferentes morfologias. Uma delas faz parte de uma área residencial de classe média em tecido urbano tradicional, na cidade de São Paulo - setor do Jardim Bonfiglioli. A outra, é um setor do conjunto residencial Cohab de Carapicuíba, na Grande São Paulo. A análise utiliza-se, mesmo que de forma indireta, dos conceitos e instrumentos de ïsintaxe espacialï, inicialmente desenvolvidos por Bill Hillier e Julienne Hanson na Bartlett School of Architecture and Planning, University College de Londres. Da análise pode-se observar que em ambas as áreas exitem processos de apropriação social do espaço urbano que se dão no sentido de organizar as sociedades de acordo com às necessidades de cada um dos segmentos sociais. A estruturação do espaço vai depender do papel desempenhado pela esfera pública na vida dessas comunidades. Mostra que, no caso do conjunto Cohab, o novo espaço urbano contruído pelos moradores tende a estruturar um reforço das relações coletivas enquanto que no bairro de classe média as alterações sugerem um reforço na vida privada.

Este trabalho apresenta releituras de imagens consagradas na história da arte e da arquitetura, constantes em materiais publicitários e em veículos de comunicação, assim como em fachadas arquitetônicas, visualizadas na cidade de São Paulo, no período que compreende a virada do século XX para o XXI. As releituras publicitárias focam as imagens que se tornaram famosas no mundo contemporâneo e privilegiam as que fazem referências ao mundo de tradição clássica, embora seja possível encontrar outros momentos da história, também evidenciados nas propagandas. Nas imagens arquitetônicas, enfocou-se principalmente nos aspectos de fachada que apresentam referências advindas do mundo clássico. Observou-se, a partir das duas leituras, que as referências são utilizadas pelo aspecto simbólico que elas assumem ao longo da história.

O trabalho trata dos motivos que levaram o Governo do Estado de São Paulo a investir nas obras de aproveitamento múltiplo das águas do médio Tietê, priorizando principalmente a geração de energia elétrica e a navegação, sem perder de vista a irrigação, a recreação e as outras formas de uso das águas. Apresenta a estratégia adotada pelo DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo, com o objetivo de solicitar e obter a concessão para as construções das usinas de Barra Bonita, Bariri, Ibitinga e Promissão, no Médio Tietê, todas elas com eclusas de navegação. Evidencia as providências que a CESP - Companhia Energética de São Paulo, responsável pelos empreendimentos no Médio Tietê, todas elas com eclusas de navegação. No que concerne à metodologia, foram feitas pesquisas bibliográficas e documental. Decorridos 60 anos do início dos estudos de aproveitamentos múltiplos das águas dos reservatórios das usinas hidrelétricas do Médio Tietê, quando praticamente já se atingiram quase todas as formas de utilização de suas águas, surge uma nova prioridade de fundamental importância, para o uso das águas do Médio Tietê, que é o abastecimento público das populações da região.